No mês de dezembro, os preços médios cobrados por tonelada de fertilizantes importados pelo Brasil chegaram ao menor nível de 2022: cerca de US$ 460. O custo para adquirir o insumo vital para agricultura disparou em meio à invasão russa à Ucrânia, que teve início no fim de fevereiro do ano passado.
Em janeiro do ano passado, o preço médio cobrado por tonelada de fertilizantes importada ficou em praticamente US$ 500. O levantamento feito por Oeste em dados do governo federal mostra que o valor chegou ao pico do ano no mês de junho: US$ 800, aproximadamente.
As sanções impostas aos russos em razão da guerra ameaçavam o suprimento desse insumo fundamental ao Brasil. A Rússia está entre os grandes fornecedores dos agricultores brasileiros, que dependem das importações para impulsionar a produção.
A eventual falta do insumo, portanto, traria quebras de safras, causando prejuízos ao agronegócio — um setor-chave para a economia nacional. Quase metade das exportações do Brasil, por exemplo, está ligado a esse segmento.
Com a iminência da crise, Tereza Cristina, então ministra da Agricultura, e Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, deram início a uma campanha internacional para evitar o desabastecimento brasileiro.
Tereza Cristina visitou pessoalmente fabricantes de fertilizantes em países como Canadá e Irã, para ampliar as fontes de suprimentos. A estratégia do governo federal gerou frutos. A partir de junho, o preço por tonelada de fertilizantes importados começou a cair, mantendo-se em queda constante desde então.
Por fim, a produção agrícola nacional não foi comprometida. O Brasil encerrou 2022 com safra de grãos e faturamento com exportações do agronegócio recordes — além dos preços dos fertilizantes importados em queda.
Leia também: “Potássio para dar e vender”, reportagem de Artur Piva para a Edição 102 da Revista Oeste