Mesmo depois de dois anos, a pandemia continua provocando reflexos à saúde pública no Brasil. O número de pacientes adultos e pediátricos à espera de transplantes no país aumentou e chegou a 50,6 mil pessoas no primeiro trimestre de 2022. Isso representa um crescimento de 30% desde o início da pandemia.
As informações constam no relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (Abto), divulgado pelo jornal Estado de S. Paulo nesta segunda-feira, 20. A crise sanitária causou aumento nas contraindicações médicas de doação e represamento de transplantes.
De acordo com a Abto, a pandemia desestruturou o programa de transplantes no Brasil, ao provocar impacto negativo no número de procedimentos e no de doações, que vinham em alta.
Entre os motivos apontados pela associação estão 1) a insegurança de movimentar um paciente debilitado e expô-lo ao vírus e 2) por causa da pressão no sistema de saúde, que paralisou alguns centros de transplante e reduziu a ação de outros.
A mortalidade na fila de transplantes também progrediu. Em 2019, foram 2,5 mil mortes. No ano passado, esse número chegou a 4,2 mil óbitos (mais de 70% eram pacientes à espera de transplante renal).