Os gastos com saúde no Brasil em 2019 totalizaram pouco mais de R$ 710 bilhões, o equivalente a quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) — soma de todos os bens e serviços produzidos pelo país no ano. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
A maior parcela desses gastos partiu das famílias, respondendo por quase R$ 430 bilhões do total (6% do PIB), enquanto R$ 280 bilhões (4% do PIB) foram despesas de consumo do governo.
A participação das famílias nos gastos com a saúde vem crescendo desde 2011. Em contrapartida, a do governo, que havia crescido entre 2013 e 2016, permaneceu estável depois de uma queda em 2017.
A pesquisa ressaltou que, pelo fato de os gastos do governo serem regidos por leis de controle orçamentário, essa participação tende a ficar estável com o passar dos anos, caso não haja mudanças nas regras de financiamento do Sistema Único de Saúde, enquanto a das famílias cresce, entre outros motivos, pelo envelhecimento da população e o avanço da tecnologia.
“Esses gastos incluem procedimentos, como consultas e exames, e despesas com plano de saúde, que acabam pesando bastante. Além do próprio avanço da idade, que leva as pessoas a gastar mais com saúde, há novas tecnologias que permitem que um procedimento que não existia no passado seja feito hoje”, disse Tassia Holguin, analista da pesquisa.
A pesquisa
A informação é da pesquisa Conta-Satélite de Saúde 2010-2019 do IBGE, feita a partir das bases do próprio instituto, Ministério da Saúde, Agência Nacional de Saúde Suplementar, Fundação Oswaldo Cruz e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
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