Uma investigação da Polícia Federal (PF) concluiu que o incêndio ocorrido na Cinemateca Brasileira no ano passado foi acidental. Em nota, a Secretaria Especial da Cultura (Secult) informou que os peritos associaram o acidente à manutenção do sistema de refrigeração do local, que é realizada por uma empresa terceirizada.
O galpão, localizado na Vila Leopoldina, em São Paulo, mantinha um acervo de obras em rolos de filme 35mm e 16mm — objetos altamente inflamáveis. Também havia mídias impressas no local, que acabaram por ser destruídas. Alguns dos arquivos perdidos foram cópias dos filmes de Glauber Rocha, diretor brasileiro responsável pelo movimento Cinema Novo (destacado por sua crítica à “desigualdade social”).
A Secult “avalia medidas administrativas/judiciais, no sentido de apurar responsabilidades, com vistas à recomposição ao dano ao patrimônio público”.
Por não estar com o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros (documento que assegura que o local cumpre as normas de segurança contra incêndios), o imóvel recebeu uma advertência. Deram-lhe um prazo de 180 dias para a regularização. Em uma audiência pública realizada em 20 de julho do ano passado, o Ministério Público de São Paulo alertou para o risco de incêndio.
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Nova fase
Em outubro de 2021, o governo federal fechou um novo contrato para a gestão da Cinemateca. Ela estava sem comando desde 31 de dezembro de 2019. Segundo o Diário Oficial da União, a Secult escolheu a organização social Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC) para cuidar da administração, da operação e da manutenção da entidade.
A SAC receberá R$ 14 milhões anuais para realizar essas atividades. A duração do contrato é de cinco anos.