A ativista pela causa animal Luisa Mell disse que irá recorrer da decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Um juiz determinou multa de R$ 20 mil por ela ter invadido uma casa no bairro da Saúde, na zona sul de São Paulo, e resgatado quatro cachorros sem autorização. Uma cadela, supostamente vítima, estava magra porque tinha câncer — e não maus-tratos, como ela denunciou.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, na terça-feira 26, a ativista reafirma que a cadela estava sendo vítima de maus-tratos. Nesse sentido, Luísa Mell classifica a condenação como injusta. No vídeo, ela mostra os momentos da retirada do pet da casa e comparou sua punição com a de quem é, de fato, flagrado maltratando animais.
“Em 21 anos de resgate, vi cachorros sendo assassinados, esfaqueados, atropelados de propósito. E nenhum destes criminosos foi condenado a nada perto disto”, diz a ativista, em tom indignado. “Quando pagam, pagam cestas básicas ou no máximo R$ 3 mil. Mas alguém que salvou, que levou ao veterinário, que pagou o veterinário, que comprou os medicamentos recebe esta punição”, afirma Mell.
A Justiça entendeu que a dona da casa invadida e tutora dos animais “resgatados” cuidava dos seus animais e que, por isso, a ação de Luisa Mell foi indevida. A ativista rebateu o argumento e disse que a cadela estava com câncer, mas que não estava recebendo nenhum tratamento.
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Condenação de Luisa Mell
O TJSP determinou multa de R$ 20 mil para a ativista Luisa Mell depois de invadir uma casa em São Paulo, onde os animais não sofriam maus-tratos.
Inicialmente, em primeira instância, a ativista e o Instituto Luisa Mell haviam sido condenados a pagar R$ 60 mil de indenização.
Mas no dia 14 de setembro ocorreu um novo julgamento, e a desembargadora da 6ª Câmara de Direito Privado do TJSP, Marcia Monassi, diminuiu a indenização. A magistrada, no entanto, manteve a ordem para remover todas as publicações do caso nas redes sociais.
Luisa Mell disse que agiu por “necessidade de urgente socorro”. De acordo com o relato da ativista, ela deparou com uma cadela “extremamente desnutrida, caquética, esvaindo-se da vida, apática, de provocar a compaixão mesmo daqueles que não nutrem afetos por animais”.
A ação da ativista ocorreu em novembro de 2016. Segundo o processo, ela usou um chaveiro para entrar na casa. Durante a invasão, a tutora do animal estava ausente, em uma consulta médica.
Luisa Mell retirou quatro cadelas do local, entre elas a dobermann Terra, de 15 anos. Ela filmou a ação e publicou nas redes sociais.
Os animais foram levados para uma clínica veterinária, onde foi constatado que a dobermann tinha câncer em estado avançado.
Relatora do recurso, a desembargadora Marcia Monari disse que, mesmo aparentando que os animais pudessem estar abandonados, a ativista não tinha autorização para invadir o domicílio e que ficou provado que o caso não era de urgência.