O Rio Grande do Sul deve enfrentar novas situações de desastre por causa das chuvas previstas para os próximos meses. Meteorologista da empresa Metsul Meteorologia, Estael Sias avisa: “Grandes enchentes vão se repetir” no Estado.
As enchentes causadas por ciclone extratropical no início do mês foram catastróficas para o Estado e, segundo Estael, elas “estão longe de ser uma surpresa”. De acordo com a meteorologista, durante todo o primeiro semestre foram feitos inúmeros avisos de que a segunda metade de 2023 seria crítica.
“A tendência é que o El Niño siga se intensificando até o fim deste ano, quando deve atingir o seu máximo de intensidade, mas o fenômeno permanecerá atuando e influenciando o clima ainda nos primeiros meses de 2024”, afirma Estael. “Extremos de chuva sob El Niño tendem a se dar principalmente nos meses da primavera climática (setembro a novembro) e, às vezes, no outono (março a maio) do ano seguinte ao seu começo.”
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A MetSul Meteorologia apresentou aos prefeitos gaúchos a previsão sobre os graves riscos no clima por fortes chuvas e tempestades que viriam nos meses seguintes ao ciclone. Para a especialista, a questão não é se vai acontecer, mas de quando.
Segundo a meteorologista, o tempo para a preparação adequada para a ação do ciclone já passou. “Agora, governo e sociedade devem trabalhar para mitigar o máximo possível os seus efeitos.”
Números da tragédia
De acordo com o boletim mais recente da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 46 pessoas morreram no Estado desde os temporais e os alagamentos registrados no início do mês. Somente no fim da tarde de domingo 10, três mortes foram confirmadas.
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