O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou um operador da Faria Lima por lavagem de dinheiro para Odair Lopes Mazzi Junior, também conhecido como o “Dezinho”, um dos chefões do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Quem é o operador
Diego Mazzi de Aquino, de 36 anos anos de idade, é cunhado do criminoso Dezinho. Diego tem ampla experiência no mercado financeiro, ele trabalhou nos últimos anos para um grande banco e também em uma corretora de investimentos.
O operador da Faria Lima é acusado de atuar como laranja do líder do PCC e também de dar orientações para driblar alertas de bancos sobre operações financeiras suspeitas.
Dezinho
De acordo com o portal Metrópoles, Dezinho é membro do PCC há mais de duas décadas. Ele ascendeu a uma posição de destaque na facção criminosa. O fora-da-lei é acusado de comandar o envio de R$ 1,2 bilhão do PCC para o Paraguai. Ele era frequentemente visto entre os ricaços e levava uma vida de luxo, com direito a mansões e viagens internacionais.
Tudo isso até ser preso, em julho.
Laranjas para a criação de empresas
Ainda de acordo com o MPSP, o chefe do PCC usava a sua própria mulher, Carolina Mazzi de Aquino, e também seus cunhados como laranjas para a criação de empresas e aquisição de imóveis e gastos pessoais. Na residência do casal, a polícia chegou a apreender joias e relógios de luxo avaliados em R$ 2 milhões.
O carro da ‘Famia Limer”
De acordo com a polícia, uma Kia Sportage comprada por Diego em 2013 era usada por sua irmã e Dezinho. Em trocas de mensagens interceptadas pelas autoridades, ele admite emprestar seu nome para a titularidade do carro. “A Sportage está no meu nome”, admite o criminoso.
Gastos de cartão de crédito
O MPSP informou que foram debitados R$ 64,8 mil “no interesse” de Carolina e de Dezinho. “Carol, segue lançamento do cartão desse mês do Marcelo” diz o criminoso em uma das mensagens. Carolina precisava pagar parte do preço de um apartamento em dinheiro vivo — a fim de driblar a fiscalização. Ela chega a dizer que o proprietário não aceitou o pagamento de R$ 100 mil em dinheiro, porque, “mesmo que ele leve segurança”, quando fosse depositar o banco poderia “acionar sobre a origem do dinheiro e tudo mais”.
Ao MPSP, Caroline prestou depoimento na condição de informante. Ela disse aos investigadores que conhece Dezinho desde 2014, mas que pediu divórcio e não tem mais contato com o traficante. Porém, suas declarações são contraditórias quando comparadas aos resultados das investigações.