O Ministério Público de São Paulo (MP) denunciou, nesta segunda-feira, 19, uma rede de criminosos envolvida com as operações da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), na Favela do Moinho, na área central da capital paulista. Um grupo de 11 pessoas foi acusado de tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro, organização criminosa e violação de comunicação.
De acordo com os promotores, a facção mantinha, na favela, estoques de drogas como cocaína, maconha, ecstasy, K9 e lança perfume. A Operação Salus et Dignitas (“segurança e dignidade”, em latim) agiu na comunidade. A ação desmantelou um ecossistema do crime instalado na região central de São Paulo, no início do mês de agosto.
Conforme denúncia, a base do PCC na Favela do Moinho era responsável pelo fornecimento de drogas à cracolândia. Os lucros das vendas, por sua vez, acabavam distribuídos em transações financeiras comuns a esquemas de lavagem de dinheiro. Durante a investigação, identificou-se movimentações atípicas, que somaram cerca de R$ 1,1 milhão, de 2021 a 2023.
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O mesmo grupo, segundo os promotores, criou um sistema de torres clandestinas de comunicação na Favela do Moinho. Por meio delas, era possível captar frequência de rádio da Polícia Militar. Ao retransmitir essas informações aos comparsas da região, era possível antecipar as ações policiais.
Rede de criminosos
Na lista divulgada pelo MP está Leonardo Monteiro Moja, o Leo do Moinho, acusado de ser o chefe do tráfico de drogas nos hotéis da região central e “dono” da Favela Moinho. Ele foi preso Operação Salus et Dignitas.
A mulher de Leo do Moinho, Raquel Maria Faustina Monteiro Moja, também integra a lista de denunciados por envolvimento, assim como Jefferson Francisco Moja Teixeira.
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Em um dos trechos da denúncia, o MP cita a Favela Moinho como local “onde a facção criminosa dominou a região central de São Paulo e estabeleceu seu ‘quartel general’ do ecossistema criminoso”.
Megaoperação
O Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado do MP de São Paulo foi responsável pela investigação. Envolvidas nas movimentações, quatro empresas de fachada eram usadas pela família Moja para lavar dinheiro: o Hotel Barão de Piracicaba, a concessionária L&M Automóveis, o restaurante Sal Rosa e o ferro-velho Moinho.
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A megaoperação no início do mês prendeu também o integrante da rede de criminosos, Valdecy Messias de Souza. Ele é apontado como responsável pelas torres clandestinas, conforme reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Janaína da Conceição Cerqueira Xavier também detida, é suspeita de coordenar o tráfico de drogas a partir de um hotel. Atualmente, ela, que já foi candidata a vereadora pelo PT, cumpre prisão domiciliar.