O caso da morte da estudante Victória Mafra Natalini, ocorrida há oito anos, continua longe de uma solução. A adolescente tinha 16 anos quando foi encontrada morta na Fazenda Pereiras, em Itatiba, interior de São Paulo, durante excursão com a escola.
Apesar de três dirigentes e dois professores terem se tornado réus na Justiça em setembro deste ano, a morte ainda não foi esclarecida.
O pai de Natália, o engenheiro João Carlos Sequeira Natalini, de 58 anos, capitaneou uma investigação própria que provou que a jovem não morreu por causa desconhecida, como atestou a polícia à época.
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De acordo com os peritos independentes, Victória foi morta por “asfixia mecânica, na modalidade de sufocação direta”.
Entenda o caso
Em setembro de 2015, Victória fazia medições topográficas de um terreno para um trabalho de matemática. Ela sentiu vontade de ir ao banheiro que ficava a 500 metros do local onde estava, mas nunca voltou.
Os responsáveis pelos alunos perceberam seu desaparecimento duas horas depois.
Segundo o processo criminal, a quantidade de profissionais destacados para o monitoramento era insuficiente para o número de alunos e, por essa razão, a Justiça tornou réus os funcionários da escola.
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O corpo foi encontrado virado de bruços em um matagal. O Instituto Médico-Legal (IML) de Jundiaí apontou a causa da morte como indeterminada.
Laudos demonstraram que ela não havia ingerido substância tóxica e não havia traços de violência sexual.
Inconformada com a conclusão, a família contratou uma perícia independente que comprovou que a morte aconteceu em outro local, e depois a menina foi levada para a área onde foi encontrada.
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O resultado da perícia forçou a transferência do caso para a Polícia Civil em março de 2016. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) acusou três dirigentes e dois professores, que se tornaram réus por suposta negligência. Na ação, eles são acusados de “abandono de incapaz”.
A instituição foi acionada na esfera cível e foi condenada em duas instâncias ao pagamento de indenização.
O juiz Ezaú Messias dos Santos considerou a acusação plausível, no entanto, decidiu pelo arquivamento do inquérito policial, sem identificação do autor da morte. O procedimento poderá ser reaberto caso haja novas informações.