Depois de oito anos, a Justiça tornou réus dois professores e três gestores da Escola Waldorf Rudolf Steiner no caso da estudante Victoria Mafra Natalini, morta durante uma excursão escolar em uma fazenda de Itatiba, no interior de São Paulo.
Os funcionários da escola da capital paulista vão responder por abandono de incapaz. A denúncia foi apresentada pelo promotor em 14 de setembro deste ano.
Na mesma data, Ezaú Messias dos Santos, juiz do Foro de Itatiba, considerou a acusação plausível e tornou os funcionários réus. O processo será digitalizado e as audiências ainda serão marcadas.
O caso da aluna morta durante uma excursão
O juiz também decidiu arquivar o inquérito policial sobre o crime de homicídio sem a identificação do autor. Ele será reaberto se surgirem novas informações.
O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) tinha indiciado os dois professores que estavam com os alunos na excursão em 10 de julho deste ano. Para a polícia, eles foram omissos com suas obrigações, e tiveram suposta negligência que levou à morte de Victoria Mafra Natalini.
Nilson Lucas Júnior, delegado do caso, determinou o indiciamento por abandono de incapaz com resultado de morte. A pena para o crime varia de quatro a 12 anos de reclusão.
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Entre os dias 11 e 18 de setembro de 2015, Victoria e cerca de outros 30 alunos da Escola Waldorf Rudolf Steiner faziam atividade extracurricular na Fazenda Pereiras, na Rodovia Engenheiro Constância Cinta.
Victoria desapareceu depois de pedir para ir ao banheiro. Ela foi sozinha. “Ocorre, que, no trajeto, por motivos ainda não esclarecidos, a vítima veio a óbito”, escreveu o promotor. “Tendo o seu corpo sido abandonado em meio a um matagal, em local totalmente ermo.”
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A denúncia afirma que os professores continuaram com as atividades e não foram procurar Victoria. “Ninguém percebeu a ausência de Victoria por horas”, explicou o promotor. Depois de uma força-tarefa na região, a adolescente foi encontrada morta.
Na época, o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) de Jundiaí classificou a morte por causa indeterminada. João Carlos Siqueira Natalini, pai da aluna morta durante a excursão, contratou peritos particulares para fazerem uma nova análise do caso.
Eles concluíram que Victoria Natalini foi assassinada. O DHPP assumiu o caso em março de 2016 e novos exames determinaram que a adolescente morreu por “asfixia mecânica, na modalidade de sufocação direta”, de acordo com o portal g1.