O rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), custará R$ 37,68 bilhões aos cofres da mineradora Vale. Depois de dois anos da tragédia que vitimou mais de 250 pessoas, a companhia assinou acordo de reparo com o governo de Minas Gerais. O acerto foi selado na manhã desta quinta-feira, 4, conforme registrou Oeste mais cedo. O dinheiro, contudo, irá além de ajudar famílias da cidade do interior mineiro.
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De acordo com autoridades mineiras, parte da multa será destinada à infraestrutura. Dessa forma, o governador Romeu Zema (Novo) deve investir em obras, como erguer um Rodoanel aos arredores de Belo Horizonte, com custo previsto de R$ 4,95 bilhões. Além disso, há o comprometimento de se aportar verba no projeto de ampliação do metrô da capital mineira — atualmente, só há uma linha ativa de metrô no município, que conta com mais de 2,5 milhões de habitantes.
Pelo acordo entre Vale e governo de Minas Gerais ainda há a perspectiva de se construir hospitais e direcionar investimentos nas cidades atingidas pelo rompimento da barragem que era mantida pela mineradora. Nesse sentido, grupo de pessoas atingidas direta ou indiretamente pela tragédia definirá qual será o destino de R$ 3 bilhões a serem pagos pela companhia. Essa definição se dará por meio de acompanhamento da Defensoria Pública e do Ministério Público mineiro.
Manifestação
O acerto não foi bem recepcionado pelo Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB). Em Belo Horizonte, integrantes do grupo protestaram durante a reunião entre executivos da Vale e o governador Romeu Zema, informa o portal R7.com. Para eles, o valor da multa a ser paga só representaria a “primeira parcela dos direitos”. Ele reivindicam manutenção do auxílio mensal pago pela empresa, ação que está prevista para ser descontinuada este mês.