Em Free to Choose, documentário exibido originalmente nos Estados Unidos, o economista Milton Friedman demonstra como indivíduos de culturas distintas, com valores singulares, são capazes de se organizar e cooperar uns com os outros, voluntariamente, na produção de bens que agregam valor à sociedade.
Como fazer um lápis?
Imagine um lápis. Embora possa ser considerado um objeto trivial, de uso corriqueiro, seu processo de fabricação é complexo.
Eis os componentes básicos de um lápis: madeira, grafite, metal e borracha. Se todos os elementos fossem disponibilizados a um único sujeito, sozinho, ele conseguiria fabricar um objeto similar? Not so fast, diriam os gringos. Na realidade, nenhuma pessoa seria capaz de produzir um lápis sem a ajuda de inúmeras outras. O material de que ele é feito, por exemplo, é extraído de árvores. Quem realiza o trabalho de extração da madeira são os lenhadores. Para tanto, eles utilizam serras elétricas e cordas. O grafite é originário de minas chinesas. A matéria-prima da borracha é o látex extraído de seringueiras. O metal é produto da fundição de zinco e cobre. Ufa!
Essa imensa cadeia produtiva é resultado da interação espontânea de milhões de colaboradores espalhados pelo planeta que aplicam seus conhecimentos e esforços em resposta às necessidades humanas — no caso específico, desenhar e escrever. Mas esses não são os únicos desejos da espécie; há uma infinidade de demandas mais urgentes a ser atendidas em todo o mundo — por segurança, saúde, alimentação, educação, tecnologia, transporte etc.
A dinâmica entre produtores e consumidores permite o funcionamento saudável de uma sociedade. Quando empreendedores são proibidos de oferecer seus serviços, e consumidores são impedidos de satisfazer seus desejos, a engrenagem do sistema emperra. Os efeitos da interrupção dessa roda que precisa girar são a escassez de produtos, a pobreza, a fome, as doenças físicas e emocionais e, em última instância, a morte. Geralmente, essas moléstias ocorrem em países cujo regime político é autoritário, mas nas democracias também há toda sorte de suplício infligido às populações, seja por seus governantes, seja pela burocracia.
Medidas restritivas, resultados desastrosos
O Brasil, que desde sua origem transita entre o autoritarismo e a inépcia, é um exemplo de país que sistematicamente interrompe a engrenagem cooperativa entre quem produz e quem consome. Durante a pandemia de covid-19, como resultado de uma sinergia desastrosa entre governadores, prefeitos e grande mídia, a população sofreu não apenas os flagelos do vírus chinês, mas também do desemprego, do desamparo. Adoentada, sem perspectivas de tratamento ou vacinação, também foi privada do direito de trabalhar.
Compreendida a importância de todos os seres humanos para a manutenção adequada do sistema, salta aos olhos como políticas de trancamento e lockdowns ainda surjam como alternativas para a contenção do avanço da peste chinesa. Com eficácia não comprovada do ponto de vista da saúde, mas prejuízos verificáveis na realidade sob o prisma econômico e social, esse lobby irresponsável, promovido por governadores e impulsionado por parte da grande mídia, condena milhares de brasileiros à pobreza.
Como bem observado por Paula Leal, em reportagem publicada na Edição 52 da Revista Oeste, na bolha imaginária de uma minoria da população, o mundo ficou restrito ao home office, comida por delivery e compras on-line. “Excluindo os funcionários públicos, que torcem pelo isolamento eterno, e os que vivem de renda, há uma multidão de trabalhadores que simplesmente não podem viver a ‘pandemia caviar’. Eles precisam sair de casa e trabalhar todos os dias para ganhar a vida”, explicou.
‘Fique em casa’, enquanto outros trabalham por você
Para garantir a quarentena gourmet durante a crise de coronavírus, cerca de 15 milhões de brasileiros precisam trabalhar, a despeito do iminente risco de contágio, para manter os setores essenciais da economia em funcionamento. Já parou para pensar nisso? Na agropecuária, por exemplo, cerca de 1,6 milhão de postos de trabalho foram mantidos. A indústria, responsável por fornecer água potável às residências, produzir alimentos processados, itens de higiene pessoal e álcool em gel, tão recomendado para estes tempos, preservou 7,2 milhões de empregos. Os serviços de transporte, armazenagem e cuidados com a saúde humana contabilizaram 6,1 milhões de colaboradores.
Oeste compilou uma série de dados para estimar quantas pessoas na cidade de São Paulo são obrigadas a se deslocar diariamente para garantir serviços como manutenção de wi-fi, abastecimento de água e energia, entrega de comida, atendimento a clientes em supermercados, farmácias e postos de gasolina. Nada menos que 4,3 milhões de indivíduos estão nessa situação. Não existe lockdown grátis, diria Milton Friedman.
A falta de conhecimento sobre a maneira como bens e serviços são produzidos, aliada à ausência de experiências práticas, adquiridas ao longo dos anos de convívio com pessoas reais, os milhares de Joões e Marias que sustentam o Brasil com sua força de trabalho, são os combustíveis da classe política e do beautiful people — artistas famosos, jornalistas da grande mídia e intelectuais acadêmicos — em sua jornada inconsequente que conduz o povo brasileiro a um destino catastrófico. Como ocorre sempre, a população ainda será culpada da própria desgraça.
Leia também: “Loquidau, a hipnose”, artigo de Guilherme Fiuza publicado na Edição 52 da Revista Oeste
Lockdown é uma medida burra e desesperada. Burra porque prende em casa quem não pode e quem não precisa ficar preso (sem critério inteligente levando em consideração cada segmento da sociedade e a densidade populacional dos municípios) e desesperada porque, como o administrador não tem ideia do que fazer, fecha tudo e prende todos em casa.
É injusto jogar no mesmo saco sujo, junto com os agentes estatatais canalhas, principalmente dos postos mais graduados dos três poderes, aqueles que realmente são servidores do Estado, que estão dentro da estrita legalidade, não roubou de ninguem, enfrentou concorrências acirradíssimas em concursos dificílimos e galgaram cargo público por mérito e competência. O Estado sempre precisa desses profissionais comprometidos com a coisa pública. A renda que auferem é simplesmente remunereação pelas funções de alto nível que desempenham e pelos serviços gabaritados que prestam. Que há muitas exceções, há sim, mas é injusto desmoralizar o todo por causa de uma parte podre e a principal e talvez a maior parte é eleita pelo povo.
Matéria acertiva e esclarecedora. Só não vê quem não quer. Trabalho em projetos de saneamento básico em todo o Brasil e neste momento no Rio de Janeiro. Convido este idiota ai de cima, Washington Oliveira, a dar uma passeada na realidade do Brasil. Ou voce é funcionário público que está em casa gozando de férias de um ano à custas dos pagadores de impostos ou está no seu trabalho, com ar condicionado pedido IFood. Cai na real.
Excelente artigo, falou o que a maioria dos brasileiros decentes gostariam de ouvir, a verdade.
Belo artigo parabéns!!!
Temos que ter mais artigos assim, comprometido com a verdade e a informação e sem maquiagem.
Só o título já chamou a minha atenção 🇧🇷🔝🔝🔝
Sensacional!!!
Excelente artigo. Faz valer a assinatura que fiz da revista.
Comprometido com qual verdade?
“Peste chinesa” ?
Matéria cheia de preconceitos somente.
Mais uma entre milhares. Uma pena.
É um texto mto bom, q traz uma reflexão necessária. Porém o autor se esqueceu de sugerir uma solução para o lockdown, ou melhor, uma sugestão de como evitar a propagação da covid-19 permitindo que todos saiam de casa. A elite ficar em casa nao é apenas uma questao de ser superior. É o mínimo que deve fazer para evitar a proliferação do vírus. As pessoas que podem ficar em casa DEVEM ficar em casa para evitar a propagação rápida do vírus. O pobre leva a pior com o lockdown, mas é esse mesmo pobre que leva a pior com a propagação rápida do vírus. A maioria q morre é justamente quem precisa estar nas ruas para trabalhar. É uma via sem saida. A saída seria a conscientização das pessoas sobre a forma correta de se prevenir, mas infelizmente muuuitas pessoas ainda se recusam até mesmo a usar máscara. Enqto essa conscientização nao chega, o caminho menos desastroso é o lockdown, pq até o momento, ser pobre ainda é menos ruim do que ser morto.
Parabéns. Acho que é o único comentário realmente lúcido em meio a todos os outros, inclusive à matéria, que insiste diversas vezes em chamar covid-19 de “peste chinesa” já denotando a inclinação ideológica do autor.
Exatamente Gabriel Souza
Parabéns, melhor comentário!!!
Perfeita a análise Clarice!!!
Há muito tempo não lia uma matéria tão sóbrea sobre está questão de lockdown. É nojento o que governadores estão fazendo, principalmente o Dória aqui em Sp. Nitidamente vendidos para o partido comunista chinês que na calada da noite vem comprando empresas no Brasil e no mundo para expansão do plano de domínio mundial, através do que chama de ” nova rota da seda”. Em relação ao lockdown, um representante da própria OMS disse há poucos dias que isto só favorece a fome e pobreza. O que deve acontecer é restrição rigorosa de pessoas em estabelecimentos e multas severas para quem não utilizar máscara e não tiver cuidados de higiene como utilização do álcool em gel.
Caro Edilson.
Estamos falando de Lockdown ou luta de classes?
Ótima reportagem. Mas peca ao afirmar que os servidores públicos torcem pelo isolamento eterno, o que não é verdade. O Lockdown não traz benefícios a ninguém e mesmo trabalhando em homeofice, os óbitos entre os servidores é muito grande, mas infelizmente não está sendo divulgado como deveria. Servidor público tbm é ser humano, reside nessa terra e logicamente vem sofrendo as consequências desses desmandos administrativos, além de ter familiares que não são servidores públicos. O combate a pandemia vem sendo feito com o empenho de muitos servidores públicos, inclusive na busca de pesquisa para a vacinação de toda população, estabelecimento de logística etc. Pessoal da saúde, da segurança, da educação, da justiça todos com enorme desgaste emocional e estresse. Já perdi diversos colegas para esse vírus. Portanto, fica aqui o meu reparo, nesse ponto.
Concordo plenamente com vc! Trabalhei no Judiciário por 38 anos…me aposentei no início deste ano..trabalhamos em 2020 em home office e posso afirmar que trabalhamos muito mais do que no presencial… sem limite de horário para que não houvessem atrasos nos andamentos dos processos…acho sinceramente que realmente existem funcionários ruins como em qualquer outra empresa, mas não se pode generalizar pq existem também excelentes funcionários. E posso garantir que nenhum dos funcionários que trabalharam comigo sequer cogitaram que esse lockdow durasse para sempre!
Sou docente da USP e 2020 foi o ano em que mais trabalhei. E fico muito chateada com essa observação generalizada sobre professores e funcionários públicos, de que estão recebendo sem trabalhar. Trabalho em todas as frentes, pesquisa, extensão, ensino e pós-graduação.
Porra nunca li tanta merda, sem nenhum critério objetivo, apenas ideológico. Ô Edilson, porque não coloca seu currículo para os leitores. Parece que é apenas um matéria paga, com uns míseros tostões. Vai estudar, em vez de vender seu nome por tão pouco.
Não entendi o porquê da reportagem não mencionar a atividade polícial. Encontra-se na linha frente dessa pandemia desde o início e nunca parou, inclusive usada para cumprimento desses decretos abusivos, e q nem sequer ainda foram vacinados
Concordo perfeitamente com você. Sou funcionário público do TRT5 e durante a pandemia trabalho muito mais tempo do que na forma presencial. Além disso, ao contrário do que o artigo afirma desrespeitosamente, destestamos esse tipo de trabalho, sem contato físico com o povo, com prisão domiciliar e com pressão psicológica. Eu, particularmente, tenho prazer em receber as partes, testemunhas e advogados de forma pessoal para passar as informações com mais segurança e precisão. Desta forma, caberia ao nobre articulista uma retratação pela generalização dos funcionários públicos, já que pelo visto não conhece nada acerca da classe em tela. Abraços a todos.
Sou funcionário público, mas nunca parei de trabalhar. Muito pelo contrário fui a luta em várias viagens. E nas horas vagas dou aula de biologia na modalidade híbrida. É uma pena que o professor é mal visto aqui no Brasil. Eu sou contra ao Lockdown.
Bom eu sinceramente acho um descaso do autor falar que os funcionários públicos estão amando td isso. Minha mãe é funcionária pública trabalha como enfermeira cuidado das pessoas q estão com covid. Atualmente ela vive fazendo escalas de trabalho abusivas pra depois ter uma reportagem dessa. Se n fosse por milhares de funcionários publicos na area da saúde mts pessoas não estariam vivas hoje. E o que mais me entristece é saber que mts pessoas estão saindo de suas casas e indo para festas ou quando saem n utilizam de forma adequada a máscara etc.
Acho que eles nem aparecem na lista de serviços essenciais: os Porteiros/Faxineiros de Prédios Residenciais e as Empregadas Domésticas, e em uma cidade como São Paulo, representam uma quantidade muito grande de pessoas.
Já imaginou se não tiver porteiro no seu prédio, e você tiver que entrar em um rodízio para atender na portaria? E se a sua empregada doméstica não vier para te ajudar a cuidar da casa e dos filhos? Você teria amor e desprendimento para isso?
Só pela chamada eu já gostei. É o que tenho dito: o lockdown só beneficia as elites, que querem se preservar às expensas do povão. Faça um teste: vaja no Facebook a cara das peruas que aprovam o fiquemcasa.
Bom dia , adorei esse artigo, que retrato bem detalhado .. parabens !!ao mesmo tempo triste de ver a massa ser conduzida assim.
É MUITO CÔMODO, E ATÉ DIVERTIDO, FICAR EM CASA QUANDO SE TEM CONDIÇÕES DE PEDIR DELIVERY DO “RODEIO”. !!! QUANDO SE TEM CONDIÇÕES DE PEDIR DELIVERY DE BONS VINHOS!!! E QUANTO ÀS OUTRAS PESSOAS??? ORA, QUANTO ÀS OUTRAS PESSOAS ISSO É MERO DETALHE, É SO APARECER NA MÍDIA DERRUBANDO
ALGUMAS LÁGRIMAS. ATÉ MINISTRO DEU PARA CHORAR EMOCIONADO!
Um grande número de pessoas estão sem ler esse artigo tão importante para esclarecer. A grande massa que está sendo manipulada pela mídia globalizada precisa despertar da ignorância e reagir.
Que matéria espetacular, a verdade é que para a elite hipócrita ficar em casa, milhões de pessoas tem que sair para trabalhar e garantir o conforto deles em casa.
Excelente artigo! Mostra realmente que não existe lockdown grátis. Parabéns!
O Estado brasileiro, com suas leis imbecis, sempre destrói a economia. Lembro que no final dos anos 70 havia uma indústria baseada no camping com revistas especializadas, dezenas de fábricas de barracas, trailers e motorhomes, clubes, etc. Daí um animal resolveu que para dirigir um motorhome, mesmo que uma Kombi adaptada, era preciso habilitação de motorista de carreta. Com isso as vendas despencaram, as fábricas fecharam e todo um setor da economia morreu. Mas a mentalidade “reguladora”, “proibidora”, continua a infectar a mente de grande parte da população deste eterno “gigante adormecido”.
O lockdown realmente não é uma medida democrática, talvez porque falte a consciência coletiva do QUEM PODE, o faça.
Para mim, no nível que chegamos, não é uma régua entre economia/produção e saúde, e sim, entre gente que usa máscara em locais fechados, não fica “acumulado” e usa álcool em gel antes de colocar as mãos nos olhos e boca vs quem não o faz.
E sobre o distanciamento social.. O mesmo vale em meu ponto de vista. Isso serve para empresas que funcionam com home office, mas mandam os colaboradores estarem presencial tumultuando mais o transporte público dos que não tem escolha como para pessoas que precisam fazer encontros aos fds com hospitais lotados ou os casos de gente que sabe que tem covid, mas continua indo no mercado correndo o risco de contagiar os trabalhadores locais.
Consciência, algo individual, não político…
Edilson salgueiro,vc só pode ser um estrume de animal, a título de agradar o gado estúpido do Bolsonaro é sua corja: Ernesto Araújo, uma pária de ministro e aquele semi-analfabeto do abram weintraub, para produzir uma matéria dessa.ou melhor um estúpido e ainda tem mais estúpido do que vc em te elogiar. Um bando de imbercis alienados.
Seita do Luladrão fica alucinada com a verdade
Washington! Você deve ser daqueles que acredita que Lula é inocente. Além de lacrador, é mal educado.
Que coisa! Eu não sabia disso. Esse tipo de informação contribui para abrir os olhos.