Durante o primeiro trimestre de 2021, o número de transplantes de órgãos e tecidos caiu 17,5% no Estado de São Paulo. Entre janeiro e março, foram realizados 1.695 procedimentos ante 2.054 em igual período do ano anterior.
Nos 12 meses de 2020, ocorreram 7,4 mil transplantes nos hospitais paulistas. A fila de espera por um órgão no Estado tem mais de 17 mil pacientes. De acordo com a Central de Transplantes, 7% dos potenciais doadores foram descartados por estarem infectados com o coronavírus Sars-CoV-2, o causador da covid-19.
Segundo Francisco Salomão, coordenador do sistema estadual de transplantes, a maioria dos hospitais paulistas não suspenderam esse tipo de cirurgia, uma vez que são consideradas de urgência. Contudo, para as doações de rins entre vivos, nos casos em que os pacientes conseguem sobreviver sem receber o órgão, houve a recomendação pelo adiamento — o que resultou em queda de quase 50% na realização do procedimento em todo o Estado, nos três primeiros meses de 2021.
“Esse transplante com doador vivo de rim, em que o paciente é mantido com diálise e com isso ele não vai a óbito, foi orientada a suspensão e deixado a critério da equipe a realização [da cirurgia],” afirmou Salomão. Ele também ressaltou que não houve descarte de órgãos por falta de leitos: “jamais um órgão de um doador falecido foi descartado porque não tinha leito para transplante ou porque não tinha paciente para ser transplantado.”
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