Doctor Strange surgiu nas histórias em quadrinhos da Marvel em 1963, criada por Steve Ditko, com apoio de Stan Lee. Era uma série tão maluca que praticamente previu a era do psicodelismo que aconteceria poucos anos depois. Suas histórias se referem a misticismo, viagens no tempo, universos paralelos, delírios, alucinações. Nunca foi o mais popular dos super-heróis, mas sem dúvida é um dos mais originais.

A adaptação para o cinema aconteceu em 2016 com roteiro de Jon Spaihts, Scott Derrickson, e C Robert Cargill e direção de Scott Derrickson. Benedict Cumberbatch revelou ser uma escolha perfeita para o papel do herói, com uma dose de humor que não existe nos quadrinhos.
Dr Strange é mais do que um ótimo filme de super-herói: é um ótimo filme, e ponto. O início da lenda é contado nos primeiros quinze minutos. O doutor Stephen Strange é um astro da neuro cirurgia, famoso pela precisão com que manuseia o bisturi. Rico e egoísta, Stephen sofre um terrível acidente e todos os ossos de suas mãos se quebram. Ele busca uma cura milagrosa no Nepal, onde encontra uma comunidade de magos. Com muito treinamento e meditação, se torna o Doctor Strange. Sua força não é física: ele atua a partir da magia.
Mads Mikkelsen comprova que sabe dar medo com mais um vilão na sua carreira, Kaecilius. E Benedict Wong como sempre está excelente como o parceiro Wong. A ótima Rachel McAdams é mal aproveitada como Christine, o interesse romântico de Strange. E Tilda Swinton não convence muito no papel da Anciã.
Doctor Strange, disponível pelo Disney+, é um delírio permanente, com efeitos especiais espetaculares. A batalha final entre Strange e o super vilão Dormammu é um achado em matéria de narrativa, assim como toda a sequencia em Hong Kong filmada em ordem reversa. Bem que podia voltar aos cinemas IMAX.