A Americanas adiou, pela terceira vez, a divulgação do balanço financeiro dos primeiros nove meses de 2023. A companhia havia marcado a publicação dos números para a segunda-feira 19 e faria uma teleconferência com o mercado na manhã da terça-feira 20.
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Contudo, em nota oficial, a empresa anunciou o adiamento em razão de ainda não ter cumprido todo o processo de aprovação das informações na governança interna da varejista.
“A Americanas informa que, apesar do trabalho de elaboração das ITRs/23 já estar
finalizado, e dos procedimentos de auditoria terem sido substancialmente concluídos, ainda não foi possível cumprir todo o rito interno de aprovação previsto na governança
da Companhia”, disse a varejista, em nota.
Depois de adiada em 29 de dezembro, a nova data da publicação do balanço dos três primeiros trimestres de 2023 passou a ser 31 de janeiro. Na sequência, foi para 19 de fevereiro. Agora, para o próximo dia 26.
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De acordo com o documento, a teleconferência da rede também foi remarcada para o dia 26, mas a Americanas não informou o horário do evento on-line.
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Fraude contábil da Americanas
A fraude contábil que levou a Americanas à recuperação judicial há um ano teve um custo de, pelo menos, R$ 14,2 bilhões aos grandes bancos do país.
Em recuperação judicial desde janeiro do ano passado, com dívidas que superam os R$ 40 bilhões, a Americanas teve de reapresentar os números de 2021. A publicação das informações de 2022 foi adiada por quase um ano.
Em novembro, a companhia relatou um prejuízo de R$ 12,9 bilhões em 2022, o dobro da perda de 2021.
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Os credores aprovaram o plano de recuperação judicial da Americanas em dezembro. A proposta prevê que a companhia vai receber uma capitalização de R$ 24 bilhões.
Metade será em dinheiro, com aporte do trio de acionistas de referência, formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. A outra metade virá da conversão de dívidas dos credores, entre eles os maiores bancos do país.
O plano ainda precisa, ainda, ter a homologação da Justiça do Rio de Janeiro, onde tramita a recuperação judicial da empresa.
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