O Federal Reserve (Fed), Banco Central dos EUA, informou nesta quarta-feira, 04, que elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para o intervalo entre 0,75% e 1%. O valor representa a maior alta do país em 22 anos.
A decisão é uma tentativa de conter a escalada inflacionária dos EUA. “O comitê está altamente atento aos riscos de inflação”, afirmou o Fed em comunicado.
O banco norte-americano justificou que a elevação se deu, dentre outros motivos, pelos bloqueios comerciais da China relacionados à covid-19 que “provavelmente exacerbarão as interrupções na cadeia de suprimentos”. A invasão da Ucrânia pela Rússia também foi argumento apresentado pelo Fed.
Esta é a segunda alta de juros consecutiva promovida pelo Banco Central dos EUA, que iniciou em março uma elevação na taxa básica de 0,25 ponto percentual, o primeiro desde 2018.
Guerra na Ucrânia influenciou na decisão
Em nota, o Fed demonstrou preocupação com o aumento da inflação no país. “Apesar da atividade econômica geral ter diminuído no primeiro trimestre, os gastos das famílias e o investimento fixo das empresas permaneceram fortes. Os ganhos de emprego foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego diminuiu substancialmente”, disse o Banco Central.
Em abril, os Estados Unidos divulgaram o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de março, com 8,5% de inflação no acumulado de 12 meses. Este é o maior patamar neste indicador específico em 40 anos.
O recorde do CPI em quatro décadas acontece em um cenário de guerra entre Rússia e Ucrânia, que vem impactando os preços dos combustíveis nos Estados Unidos. Pelo relatório do órgão governamental, somente a gasolina teve alta de 48% em março deste ano, com relação ao índice geral.