O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vai analisar a venda da rede Big Brasil para o Carrefour, anunciada em março do ano passado. A transação girou em torno de R$ 7,5 bilhões e ainda precisa ser aprovada pelo órgão para se concretizar.
A Superintendência-Geral do Cade já deu o aval à operação, mas a avaliação foi que o assunto também deveria ser tratado pelo plenário. Caberá aos sete conselheiros analisarem e decidirem pela aprovação ou rejeição.
De acordo com o parecer da superintendência, as empresas são concorrentes em três mercados: comércio varejista, atacado de distribuição de produtos alimentícios e revenda de combustíveis. No caso do comércio varejista, o Cade identificou regiões que poderiam ser prejudicadas pela operação.
“Quanto aos mercados relevantes em relação aos quais não foi possível descartar a probabilidade de abuso de poder de mercado por parte das requerentes, mesmo após a realização de análise das eficiências que pudessem compensar os efeitos negativos da operação, entendeu-se que a ausência de pressão concorrencial remanescente retiraria os incentivos para que as requerentes repassem os ganhos auferidos”, apontou o parecer da superintendência.
As empresas, então, apresentaram uma proposta de acordo por meio da qual se comprometeram a vender algumas unidades. Os termos foram aceitos pela superintendência.
Uma das regiões nas quais o Cade apontou possíveis problemas na concorrência é Gravataí, no Rio Grande do Sul, onde Big e Carrefour têm “participação considerável” no mercado.
Outros locais potencialmente afetados seriam Juazeiro do Norte (Ceará) e Recife.
Com informações do jornal O Globo