Analistas do Bank of America (BofA) afirmam que a tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul pode impactar os balanços financeiros de bancos e seguradoras no segundo trimestre deste ano. A estima da instituição tornou-se pública nesta quarta-feira, 8.
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Segundo o BofA, o efeito deve ser maior no Banrisul. Outras instituições, contudo, como Banco do Brasil, ABC Brasil, XP, Nubank e Bradesco também podem ser afetadas.
A avaliação é que, devido aos efeitos generalizados na região, os bancos provavelmente terão de realizar renegociações de empréstimos. Além disso, será necessário oferecer prazos de carência para pagamentos, estender empréstimos e diminuir taxas de juros.
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Essas medidas podem impactar as margens de lucro, a inadimplência e os custos de crédito das instituições.
Impacto nos bancos e seguradoras
O relatório do BofA destaca que cerca de 16% da carteira de crédito dos 25 maiores bancos do país estão vinculados à Região Sul. No caso do Banrisul, por exemplo, esse número chega a 85%.
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Outras instituições listadas também apresentam exposição considerável em empréstimos na região, como:
- ABC Brasil (21%);
- XP (20%);
- Banco do Brasil (18%);
- Nubank (15%); e
- Bradesco (15%).
No âmbito das seguradoras, o BofA revela que 5% a 9% dos prêmios das empresas listadas foram gerados no Rio Grande do Sul.
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A BB Seguridade é a mais exposta nesse sentido, com 9%. Ela é seguida, a saber, por Caixa Seguridade, com 7%, e Bradesco e Porto Seguro, com 5% cada uma.
Apesar disso, os analistas do BofA ressaltam que a diversificação de produtos dessas seguradoras deve reduzir a exposição real aos desastres na região para menos de 3% do total de prêmios. Isso porque há de se considerarem apenas as linhas com potencial impacto.
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A instituição, por fim, não fez alterações nas classificações dos papéis de bancos e seguradoras em decorrência da situação no Rio Grande do Sul.