Após dois anos da tragédia de Brumadinho (MG), a Vale anunciou o pagamento de R$19,6 bilhões a acionistas da empresa. Nesse mesmo período, segundo dados da mineradora, foram pagos R$ 3,7 bilhões em indenizações e auxílios emergenciais aos atingidos na tragédia. A comparação das cifras tem sido usada pelas vítimas para cobrar um maior comprometimento da companhia na reparação dos danos causados no desastre.
“São valores altíssimos repassados aos acionistas”, disse a engenheira civil Josiane Melo, presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos do Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum). “É um desrespeito com as pessoas que tiveram a vida ceifada. E não falo só das vítimas que foram privadas do direito de viver. As famílias que perderam seus entes queridos estão sem forças pra nada. É um pesadelo constante.”
A mineradora, entretanto, diz estar empenhada na reparação dos danos. “Comprometida em indenizar de forma justa e célere todos os impactados, a empresa já pagou mais de R$ 2 bilhões em indenizações”, informou em nota. “Ao todo, 8,7 mil pessoas já firmaram acordos de indenização com a Vale, sendo 1,6 mil por meio da Justiça trabalhista e 7,1 mil pessoas em indenizações cíveis.”
Desde a tragédia, ocorrida após o rompimento de uma barragem na Mina Córrego do Feijão em 25 de janeiro de 2019, foram resgatados 259 corpos. Permanecem desaparecidas outras 11 pessoas. A avalanche de lama destruiu comunidades, devastou vegetação e poluiu o Rio Paraopeba, que abastece parte da região metropolitana de Belo Horizonte.
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Para a Vale, a vida nada vale.
Compreendo as razões dos familiares das vitimas, para não entender como pagar dividendos aos acionistas sem ainda ter indenizado totalmente as vitimas, todavia o bom jornalismo não pode estabelecer comparativos entre os valores até agora indenizados com os dividendos anunciados. Quando se faz essa insinuante critica a direção da Vale, é importante ressaltar os valores provisionados nos resultados da empresa para pagamento dessas indenizações. Dividendos é a distribuição aos acionistas de parte do lucro do exercício já deduzidas essas provisões. Afinal, sem acionistas não há investimentos, emprego, progresso e vida. Vamos ser sensatos e demonstrar esses números e verificar por que ainda não foram aceitos pelas partes. Afinal, muitas famílias dependem da existência dessa empresa com saúde financeira e respeito as boas praticas ambientais como parece estão se adaptando. Vale dizer que não sou acionista da empresa, mas critico quem os imagina vilões nessa tragédia. Se a empresa for mal administrada como foram grandes estatais e não sobreviver será pior para milhares de pessoas dependentes de suas atividades.
Nesta horrenda tragédia, eles não são os vilões, mas anjinhos, não é Antônio Carlos.