Ao contrário de algumas análises catastróficas de parte do mercado em relação ao futuro da economia brasileira, a gestora britânica Ashmore, que administra US$ 93 bilhões (cerca de R$ 530 bilhões) e é considerada referência mundial em mercados emergentes, segue otimista com o Brasil.
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Em entrevista ao InfoMoney, Gustavo Medeiros, responsável pela área de pesquisa macroeconômica global e de mercados emergentes da empresa, traçou um cenário bem diferente daquele que vem sendo apresentado nos últimos meses por instituições como BlackRock, JP Morgan e Credit Suisse.
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“Toda parte negativa fundamental do Brasil, o mercado já conhece há algum tempo. De agora em diante, há alguns potenciais que podem surpreender do lado positivo, como a campanha de vacinação se acelerando, um orçamento que seja consistente com o teto de gastos e a aprovação de algumas reformas”, analisa Medeiros.
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Segundo ele, “o cenário continua ainda bem turbulento, longe de ser um céu de brigadeiro”, mas há perspectivas animadoras. “Se olharmos através dessa tempestade, tem alguns fatores que podem levar a essa visão mais positiva”, afirmou. Em seu portfólio, a empresa conta com papéis da Petrobras, que, segundo Medeiros, “vai gerar um caixa absurdo nos próximos anos”.
Atualmente, o Brasil responde por 4% da carteira de ações nos fundos da gestora. Em relação à dívida em dólar, a Ashmore tem posição underweight (abaixo da média) em títulos soberanos brasileiros. A dívida corporativa de empresas brasileiras é o maior foco da gestora neste momento.
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