O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou nesta sexta-feira, 17, o aumento gradual do porcentual de mistura obrigatória do biodiesel no óleo diesel de petróleo. Já no mês de abril o porcentual deve aumentar de 10% para 12%. A medida faz parte do cronograma de aumento gradual da mistura dos combustíveis, que deve ocorrer até 2026.
Ao término da reunião, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o preço do combustível deve subir R$ 0,02 por litro. “Fizemos estudos técnicos profundos para evitar que tivesse um impacto econômico muito grave no preço do diesel”, declarou o ministro. A decisão pretende aumentar a participação de biocombustíveis na política energética.
Atualmente, a adição obrigatória de biodiesel no combustível tradicional está em 10%, abaixo do porcentual estabelecido na Política Nacional de Biocombustíveis. O valor chegou a atingir 13%, mas foi reduzido em 2021 — durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro — para frear o avanço do preço do combustível. Lula, por outro lado, manteve o valor apenas até o fim deste mês.
Valores da mistura
Hoje a mistura obrigatória está em 10%, e deve seguir da seguinte maneira nos próximos anos:
- Abril 23: 12%
- Abril 24: 13%
- Abril 25: 14%
- Abril 26: 15%
De acordo com Silveira, a mudança naturalmente gera aumento no preço do combustível, mas o cronograma de aumento gradual na mistura pode ser revisto, caso necessário. O governo também justifica a mudança na quantidade da mistura, pois o biodiesel é mais sustentável que o diesel e menos poluente.
Vão precisar do AGRO de qualquer jeito!
É claro… o grupo Cosan, que explora estes produtos é um grande investidor no governo do molusco e com certeza não o seria sem algo em troca.
Chupem essa R e façam o L!!!!
A cada gota de combustível comprada vamos nos lembrar da fraude nas urnas.
Isso!
Esta foi o comunicado da Fecombustiveis, CNT, Anfavea, Fed. Brasilcom, Abimaq, SindTRR, Abicom, Fenabrave e NTC Logística – Publicado em 09/03/2023. Não adiantou muito…
Nas últimas semanas, buscando pressionar membros do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a indústria do biodiesel no Brasil tem chamado a atenção dos meios de comunicação com notas agressivas e distorcidas.
Utilizando-se da urgência na atenção ao meio ambiente e à adoção de práticas sustentáveis – preocupação real de toda a sociedade –, esses agentes econômicos buscam acobertar seus reais interesses: garantir uma reserva de mercado contra a concorrência de biocombustíveis mais modernos.
O que era, inicialmente, uma proposta de economia solidária e de incentivo ao uso de energia limpa, além de fonte de renda para a agricultura familiar e para o agricultor de baixa renda – com o plantio de palma e mamona para produção de biodiesel –, transformou-se em um negócio rentável apenas para os grandes produtores.
O biodiesel produzido hoje no Brasil é o de base éster. A característica química desse biodiesel gera problemas como o de criação de borra, com alto teor poluidor. Na prática, esse sedimento danifica peças automotivas, bombas de abastecimento, geradores de hospitais, máquinas agrícolas e motores estacionários. Outro dano ocasionado pela borra é o congelamento e contaminação do insumo. O biodiesel cristaliza em baixas temperaturas em motores quando as situações climáticas envolvem variação de temperatura e umidade.
Com a mesma soja e demais biomassas que se faz o biodiesel de base éster é possível fazer o diesel verde (HVO) – este, sim, sustentável e funcional. Mas as discussões sobre o incentivo à produção e uso de diesel verde não evoluem também por questões econômicas e políticas. Quem produz o biodiesel não quer o HVO. A verdade é que os atuais produtores de biodiesel não querem perder o lucro fácil e rápido do biodiesel de base éster, nem investir na modernização do processo industrial para produzir diesel verde.
Os responsáveis pela produção de biodiesel buscam empurrar essa realidade para debaixo do tapete.
O tema do uso do biodiesel e a sua atual forma de produção no Brasil precisam ser revisitados. Isso implica a promoção de estudos para identificar os impactos em toda a cadeia produtiva do Brasil, dos motores dos ônibus e caminhões, passando pelo distribuidor e pelo revendedor do diesel, até o transportador.
A indústria automotiva tem sofrido consequências com as avaliações de padrão de qualidade: perda da eficiência de motores, aumento do consumo de diesel e, consequentemente, mais poluição.
Donos de postos de combustíveis, além de problemas que enfrentam nas bombas, encaram a ira de motoristas que abastecem com a mistura de biodiesel e voltam para reclamar de pane em seus veículos, como se o combustível estivesse adulterado.
O transportador – que move este país –, por sua vez, tem se deparado com problemas mecânicos relacionados ao descompasso entre o teor do biodiesel e as limitações das tecnologias veiculares e peças automotivas. Além de gastar mais com um combustível que não é ambientalmente sustentável, ainda fica por vezes parado na estrada, perdendo tempo e aumentando seu prejuízo.
Esses prejuízos se dão em virtude do desgaste prematuro de peças veiculares; da descompensação ambiental das emissões de poluentes; e da onerosa participação do biodiesel no preço final do diesel comercializado.
Não há mais tempo para ‘achismos’ (qual é a mistura ambientalmente mais viável, afinal?). Nem é momento, diante de tantas dificuldades já enfrentadas, de o país se curvar aos interesses econômicos de um setor que, sob o falso pretexto socioambiental, só quer lucrar mais.
O Brasil deve olhar para a experiência mundial. A mistura para o consumidor final, para os motores funcionarem a contento, garantindo a redução de emissões, é de 7% na Comunidade Europeia; 5% no Japão e Argentina; de 1% a 5% no Canadá; e de 5% nos Estados Unidos, usualmente. E esses países estão na linha de frente das preocupações climáticas. Aqui, já se pratica um percentual de 10%.
Ouvir todos os setores que possam contribuir com o entendimento técnico do que representa a adição do biodiesel ao diesel nas atuais configurações é dever do Governo e do Legislativo brasileiros, porque isso afetará toda a sociedade. É o que todos esperamos.
Texto bastante esclarecedor, prezado senhor. Obrigado.
Excelente explicação técnica que resumidamente indica que é uma porcaria que causa diversos problemas em todo e qq equipamento que use esse combustível.
Logo logo, o feijão ultrapassará os 20 reais
É uma boa ideia. Biodiesel é mais sustentável