Governo brasileiro terá acesso a fundo bilionário norte-americano de US$ 96 bilhões (R$ 432 bilhões)
Em viagem a Miami, nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou neste domingo, 8, um acordo militar com o governo Donald Trump. A medida vai ampliar o acesso do Brasil ao mercado de defesa mundial.
Só para se ter uma ideia, o setor responde por 250 mil empregos diretos no nosso país. O acordo também pode melhorar a posição brasileira na disputa por uma vaga à OCDE. Não confundir indústria de defesa com indústria de armas e munições, que reúne só 1,7% das empresas do setor no Brasil.
A negociação bilateral é um aprofundamento da designação do Brasil como aliado privilegiado fora da Otan (a aliança militar ocidental), status concedido ao país em março do ano passado, durante visita do presidente brasileiro a Washington.
Conhecido pelas siglas RDT&E (Pesquisa, Desenvolvimento, Testes e Avaliação, em tradução livre), o tratado possibilitará aos dois governos selarem acordos mútuos de projetos militares.
Sendo assim, empresas de ambos os países poderão ser escolhidas e contratadas para tocar programas, que sempre terão a gerência de autoridades brasileiras e americanas.
Os recursos norte-americanos são virtualmente ilimitados no país que concentra 39% do gasto militar global. O principal fundo da área de defesa daquele país somou US$ 96 bilhões (R$ 432 bilhões) no ano passado.
O Brasil vive um momento de expansão de gastos na indústria da defesa (satélites, comunicações, segurança cibernética, plataformas terrestres e navais, controle aéreo) sob o governo Bolsonaro, com aumento de sua fatia de investimentos dos previstos 9,5% em 2019 para 15,9% ao fim de 2020.
A partir de agora, o governo brasileiro terá acesso ao fundo bilionário norte-americano. Do ponto de vista estratégico, essas áreas não dizem respeito só às Forças Armadas, mas trazem benefícios para a tecnologia, a indústria em geral e a sociedade civil, como ocorreu com a internet e o GPS, entre tantos outros.