Em 2022, a participação do consumo do governo no Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 18%, abaixo dos 18,6% de 2021. É o menor nível da série histórica sobre o peso do Estado, feita desde 1996 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No cálculo do PIB, o consumo do governo não é a mesma coisa que os gastos públicos que entram nos orçamentos dos entes federativos. Ele se refere às despesas para prover serviços públicos como educação, saúde e segurança, e não inclui, por exemplo, as despesas públicas com programas de transferência de renda.
As oscilações na participação do consumo do governo no PIB são pequenas ao longo dos anos — entre 18% e 20%. Porém, mostram uma tendência de diminuição do peso do Estado, que começou a se manifestar em 2016, ano do impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
Segundo a economista Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), entre 1996 e 2004, houve crescimento médio do peso do Estado de 1,7%. Já entre 2005 e 2015, o crescimento médio foi de 2,3%. “Nos governos do PT, ao longo de muitos anos, o governo crescia, os salários (do funcionalismo) cresciam, e o consumo do governo ganhou protagonismo”, afirmou Silvia, ao jornal O Estado de S. Paulo.
Como esse período também foi de crescimento mais acelerado do PIB, a participação do consumo do governo na economia não cresceu tanto — passou de 18,5%, em 2004, para 19,8%, em 2015.
No período mais recente, a quebra fica evidente, porque a média do crescimento do consumo do governo entre o primeiro trimestre de 2016 e o quarto trimestre de 2022 foi zero. A participação no PIB também diminuiu, só que lentamente. Em 2016, como a economia estava em recessão e o PIB caiu, o consumo do governo subiu para 20,4% do PIB. Depois, entrou em tendência de queda, até os 18% de 2022.
Pena que a bonança acabou.
Isso vai ficar na lembrança , pois a farra da corrupção vai voltar