“Em dois anos, a economia poderá retomar o passo”, prevê o professor Samuel Pessôa em conference call com investidores
“Números como o PIB cair 2%, 3% ou até mesmo 4% neste ano não são números malucos”, disse o economista Samuel Pessôa em conference call com investidores do Julius Bär Family Office. Físico, professor de Economia e pesquisador da Fundação Getulio Vargas, Pessôa avalia: “O primeiro impacto será fortemente desinflacionário, porque a demanda vai encolher. Precisaremos de muita política fiscal e também política de sustentação da renda. Será uma complexa engenharia financeira”.
Para Pessôa, toda a rede bancária terá de prover liquidez. Na prática, injetar dinheiro a juros baixos na economia para que empresas possam honrar seus contratos e pagar aos funcionários. “Pequenos e médios negócios precisarão rapidamente de capital de giro para manter a operação mínima”, diz ele.
O economista destaca que a crise atual é exógena, diferentemente da que ocorreu em 2008: “Naquela ocasião, a crise era endógena, de má regulação no mercado de crédito e hipoteca nos Estados Unidos. Agora, a crise não tem origem na economia e é global. Temos aí uma janela de dois anos para que as perdas sejam devolvidas e a economia retome seu passo normal”.