Em audiência pública na Câmara dos deputados nesta terça-feira, 21, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, afirmou que o governo federal não tem como interferir na definição dos preços de combustíveis.
A animosidade na relação entre o governo de Jair Bolsonaro com a Petrobras foi ampliada nos últimos dias, com os novos reajustes nos preços de gasolina e diesel, que deflagrou uma reação política quase imediata contra a administração da empresa. Na última segunda-feira, 20, José Mauro Ferreira Coelho decidiu pedir demissão da estatal, em meio ao cenário de pressões.
“Tenho que ser claro: não é possível interferir no preço de combustíveis. Não está no controle do governo e, honestamente, preço é uma decisão da empresa e não do governo”, declarou Adolfo Sachsida.
“Além disso, nós temos marcos legais que impedem intervenções do governo na administração de uma empresa, mesmo o governo sendo o acionista majoritário.”
No entanto, o ministro de Minas e Energia afirmou que o governo considera rever a política de tributos federais, com a intenção de impactar no preço final de combustíveis.
“É um passo que encontra apoio nas principais economias europeias e em vários estados norte-americanos, que diminuem a tributação para diminuir o efeito econômico da guerra da Ucrânia sobre a população mais vulnerável.”
Sobre a agenda de privatização da Petrobras, Sachsida manifestou que “chegou o momento de uma decisão”. O ministro ainda comentou a troca de comando na empresa, com a nomeação interina do diretor de Exploração e Produto, Fernando Borges, até a aprovação de um novo presidente. O indicado do governo é Caio Paes de Andrade, atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia.
“Quero frisar que eu respeito o presidente José Mauro, o ex-presidente da Petrobras. Tão logo assumi como ministro, achei por bem promover uma troca na empresa porque acredito que é um momento de aumentar a competição. Por isso indiquei o Caio Paes de Andrade”, comentou.
“Se o novo presidente satisfaz os requisitos? Sim, pelo melhor do meu conhecimento o novo indicado satisfaz todos os requisitos necessários para estar à frente dessa companhia.”
Aumento de preços
Na última sexta-feira, a Petrobras anunciou o reajuste do litro da gasolina vendido às distribuidoras, que passou de R$ 3,86 para R$ 4,06, em aumento de 5,2%. Por sua vez, o diesel saiu de R$ 4,91 para R$ 5,61, com salto de 14,2%. Os novos valores começaram a valer a partir do sábado.
É o primeiro aumento da gasolina em três meses. O último reajuste havia sido feito em 11 de março. Já o preço do diesel foi modificado em 10 de maio.
O reajuste foi aprovado na quinta-feira pelo Conselho de Administração da Petrobras. A estatal tem praticado no mercado interno preço abaixo do vendido no exterior, em momento de turbulência internacional, em razão dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia. A defasagem do diesel é de 18%, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). O preço da gasolina, por sua vez, tem defasagem de 14%.
Em maio, o governo Bolsonaro trocou o comando do Ministério de Minas e Energia, com a missão de fazer andar o processo de desestatização da Petrobras. Ex-integrante do Ministério de Economia, Adolfo Sachsida assumiu a pasta e logo preparou ofícios sobre a privatização da estatal e deu início ao trâmite burocrático.
Commodities tem os preços balizados pelo mercado. Oxalá, nosso presidente não entre nessa de baixar preços por meio da “BIC”. Sou representante comercial e estou me adaptando à carestia pontual desse mercado. Privatização da Petrobrás e livre concorrência seriam a melhor forma de minimizar um pouco esse quadro, que só se resolverá, com maior capacidade de refino e o término da guerra Rússia x Ucrânia.
O buraco na Petrobrás é muito mais embaixo.
Vamos lá: 1-quando o barril de petróleo chegou a 120 dólares e o dólar estava a R$5,13 a companhia aumentou os preços.
2- Em seguida o preço do barril caiu para 90 dólares e o dólar caiu a R$4,80. A companhia abaixou os preços????
3- O barril de petróleo chegou novamente a 121 dólares e o dólar chegou a R$5,19. A companhia tornou a subir os preços.
É mais do que evidente que tem um grupelho dentro da Petrobrás cujo único objetivo é prejudicar o governo. Só não enxerga quem é muito burro ou mal intencionado.
Tecnicamente a empresa deve praticar sua composição e formação de preços, se resguardando da manutenção dos lucros, um de seus objetivos.
Tecnicamente o Governo tem de buscar soluções que barateiem o preço dos combustíveis, mola mestre da economia nacional.
Dessa situação absolutamente antagônica, só resta liberar a empresa para se tornar privada, abrir o mercado para concorrência e continuar P&D para outras formas de produção e consumo de energia.