O secretário Especial de Desestatização, Diogo Mac Cord, defendeu a privatização da Eletrobras alegando que o setor elétrico precisa ser livre e competitivo. A declaração foi dada nesta quinta-feira, 5, no programa Pânico, da rádio Jovem Pan.
Mac Cord explicou que se a estatal fosse vendida em 2002, antes de Lula assumir a presidência da República, o lucro gerado pela privatização poderia reduzir drasticamente o déficit habitacional do Brasil.
“Nós seríamos R$ 350 bilhões mais ricos se tivéssemos privatizado a Eletrobras 20 anos atrás. Só para ter uma ideia da dimensão desse valor, de acordo com a Fundação João Pinheiro, o déficit habitacional do Brasil é de 5,6 milhões de moradias, a R$ 100 mil cada uma, nós poderíamos ter reduzido em dois terços o problema habitacional do Brasil”, disse o secretário.
Ao assumir a presidência, em 2002, Lula assinou um decreto que proibiu a privatização da Eletrobras. O governo do presidente Jair Bolsonaro tenta reverter a medida através de um projeto de lei (PL 5877/2019) que tramita na Câmara dos Deputados.
O secretário também defendeu o direito de o cidadão escolher a empresa fornecedora na hora de pagar a conta de energia. Ele criticou o fato de a Eletrobras ter mais participação no mercado do que empresas privadas. “Por que nós podemos escolher operadora de celular, mas não de energia?”, disse Mac Cord. “Os preços de energia elétrica no mercado livre são um terço menor do que os preços que compramos na nossa casa. Por que não podemos ter acesso a esse mercado? Porque insistimos em um planejamento central, em que empresas estatais dominam? Então vai muito além da privatização”.
Estatais
Questionado sobre o lucro reportado por algumas estatais, como é caso dos Correios, Mac Cord afirmou que a cifra precisa ser comparada com os investimentos necessários para manter a operação da empresa.
“Você tem de colocar em perspectiva o lucro, quanto de dinheiro você já colocou ali? É importante colocar em perspectiva. Sabe qual é o serviço mais caro de todos? Aquele que não existe. As empresas públicas, em geral, nos deixam na mão”, disse.
E complementou: “Uma coisa se chama patrimônio líquido, que é a diferença entre tudo que ela tem e tudo que ela deve. R$ 380 bilhões foi o quanto essas empresas passaram a valer a mais nesse mesmo período. A gente vendeu R$ 240 bilhões. Usamos isso para pagar parte do que teve que gastar durante a pandemia. As empresas se valorizaram e o setor privado ficou mais eficiente. Isso não é mágica, é uma gestão séria.”
Privatização
Mac Cord destaca os benefícios da privatização exemplificando o caso dos aeroportos no Brasil, que, para ele, receberam grandes melhorias do setor privado.
“Para quem é contra a privatização, nunca é o momento de vender. Pense nos aeroportos. O que eram os aeroportos antes das privatizações e o que são hoje? Pense nos aeroportos que vocês costumam frequentar, como eram quando públicos e o que viraram depois de privatizados. É isso o que a gente está buscando, liberalização dos setores e incentivo ao investimento privado”, afirma.
Guedes
Diogo elogiou o trabalho realizado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e afirmou ser um privilégio trabalhar com o chefe da pasta e a equipe do ministério.
“É um privilégio poder trabalhar com aquele grupo. O ministro Paulo Guedes, pela pessoa que é, conseguiu atrair um grupo bastante dedicado e motivado. O pessoal vira a madrugada sem problema nenhum. O norte que a gente tem é o que todo mundo comunga. Trabalhamos muito no programa de governo. Quando chegamos, todo mundo sabia o que fazer, sabia que o projeto era a agenda de privatizações.”
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