O ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União (TCU), decidiu retirar da pauta da sessão desta quarta-feira, 8, o processo que analisa a privatização da Eletrobras.
Cedraz é o relator do processo, que ainda não tem data para voltar à pauta do TCU. A última sessão do ano no tribunal está marcada para o dia 15.
O governo federal contava com a aprovação da privatização da Eletrobras pelo TCU para dar prosseguimento ao processo. A intenção da equipe econômica era concluí-lo até maio de 2022.
Depois do primeiro aval do TCU, o governo ainda terá de submeter o processo a uma votação na assembleia de acionistas da Eletrobras, além de concluir a separação da Eletronuclear e da Itaipu Binacional, que permanecerão sob controle acionário da União.
Encerradas essas etapas, a minuta do edital volta para uma análise final do TCU. Somente depois dessa segunda aprovação do órgão, o governo pode iniciar a capitalização, por meio de uma oferta primária de ações da companhia.
A operação reduzirá o capital votante da União na Eletrobras de 70% para 45%. Com isso, a União deixará de ser acionista majoritária da empresa.
O modelo de desestatização prevê que nenhum acionista poderá votar com mais de 10% de seu capital. O objetivo é pulverizar o capital da companhia e torná-la uma corporation — ou seja, uma empresa sem acionista majoritário. Trata-se de um modelo semelhante ao que foi seguido na privatização da Embraer.
Queda nos lucros
Conforme noticiado por Oeste, o lucro líquido da Eletrobras caiu 65% no terceiro trimestre deste ano, chegando a R$ 965 milhões, diante do ganho de R$ 2,8 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.
No entanto, a receita líquida da empresa aumentou 50%, partindo de R$ 6,6 bilhões para R$ 9,9 bilhões. De julho a setembro, o lucro da companhia antes de juros, impostos, depreciação e amortização totalizou R$ 5,6 bilhões — uma alta de 186,15%.
Com informações do G1