Um plano de investimentos europeu de 300 bilhões de euros (R$ 1,9 trilhão) em países estrangeiros foi anunciado para funcionar como uma alternativa a “Nova Rota da Seda” chinesa.
A expansão chinesa se baseia, em parte, em um programa de política externa pelo qual financia obras de infraestrutura em dezenas de países, especialmente na África, Ásia e Oriente Médio.
Ele inclui grandes projetos, como construção de portos, ferrovias e estradas. Porém, as potências ocidentais acusam a China de causar um endividamento excessivo dos países beneficiários.
A União Europeia batizou seu plano de investimentos europeu de Global Gateway (Portal Global, em inglês).
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que ele se tornará uma “marca confiável”, segundo a BBC.
O objetivo dos europeus é difundir a ideia de que os países que procuram a China precisariam na verdade de “parceiros confiáveis”. Necessitariam ainda de projetos que sejam sustentáveis.
O dinheiro deve sair dos países, instituições financeiras e setor privado do bloco europeu.
Plano usará democracia para conter expansão chinesa
Mas, diferente da política chinesa, o dinheiro deve ser vinculado a projetos com foco em redução das mudanças climáticas, segurança global na área da saúde e desenvolvimento sustentável.
Outra diferença do modelo chinês é que os europeus querem operar o plano por meio de empréstimos e não concessões.
A China já havia se pronunciado sobre o plano europeu fazendo elogios.
Mas, também afirmou que qualquer tentativa de transformar projetos de infraestrutura em ferramenta geopolítica pode frustrar as expectativas da comunidade internacional. Além disso, pode prejudicar os interesses de quem as utilizar.
Mas, a iniciativa europeia teria como maior objetivo competir com a expansão chinesa no continente africano, segundo a BBC
Além disso, os investimentos chineses da “Nova Rota da Seda” incluem bilhões de dólares em investimentos em países da América do Sul, como Venezuela, Uruguai, Peru e Bolívia.
Os Estados Unidos e a União Europeia têm travado uma “guerra comercial” contra a China e a Rússia pela conquista de mercados.
Mas, a disputa para conter a expansão chinesa com um plano de investimentos europeu não é apenas uma questão econômica. Ela pode ter implicações na área militar, que alguns analistas começaram a chamar de Guerra Fria 2.0.
Essa é uma disputa que esses europeus jamais ganharão, pois eles mesmos já estão cativos da China, quase que totalmente dependentes. Além do mais, os métodos que esses chineses utilizam nesses países africanos não condizem com os princípios de seus pretensos concorrentes.