O aplicativo de pagamentos PicPay anunciou, na última sexta-feira, 20, que interromperia sua operação de venda e compra de criptomoedas. A mudança acontece depois de a XP ter anunciado, na última semana, sem motivos aparentes, que suspenderia a Xtage, a plataforma de criptomoedas da corretora.
As operações da XP e da PicPay foram lançadas há pouco mais de um ano. Não é a primeira vez que um negócio de criptomoedas envolvendo a XP é descontinuado.
Em 2020, a Xdex, que entre seus acionistas tinha a XP no controle, encerrou suas operações depois de quase completar dois anos de funcionamento.
Em nota, o PicPay informou que “optou por pausar sua operação de criptomoedas diante da indefinição regulatória do setor”.
Os usuários da plataforma foram comunicados na última sexta-feira, 20, com todos os detalhes sobre os próximos passos que devem tomar. “A partir de hoje, não será mais possível comprar tokens pelo app”, informou a nota.
Segundo o aplicativo de pagamentos, os usuários que ainda têm saldo em criptomoedas na plataforma podem liquidar seus tokens, sem taxas, até 11 de dezembro. Para aqueles que querem manter seus ativos, será oferecida a portabilidade para outra corretora de criptoativos, a Foxbit.
Na mesma nota, afirmou-se que, depois de a “companhia ter testado o mercado sob a regulação atual, decidiu por retomar a atuação quando houver mais clareza sobre o tema”. Além disso, indicaram que a “decisão não impacta na participação da companhia nos testes do Real Digital”, o Drex.
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Apesar da notícia, Anderson Chamon, vice-presidente de Produtos e Tech do PicPay, declarou que “nada muda em relação à nossa crença na tecnologia como infraestrutura, e continuamos disponíveis para atuar, junto ao Banco Central, para impulsionar e popularizar esse mercado no Brasil”.
O Marco Legal das Criptomoedas, que se compõe pela Lei 14.478/22 e pelo decreto Lei 11.563/23, entrou em vigor em 20 de junho. A publicação das normas infralegais, pelo Banco Central (BC), ainda é aguardada.
Apesar das desistências no setor de criptoativos, empresas seguem tentando
O setor de criptoativos no mundo passou por grandes instabilidades no ano passado, com a quebra da gigante corretora FTX. Além disso, houve uma série de pedidos de proteção contra falência de outras corretoras, o que desecandeou uma crise de confiança envolvendo o ramo de criptoativos.
Apesar das desistências no setor, a Mynt, plataforma de criptoativos do banco BTG Pactual, vem ampliando seus serviços. Anunciaram, em agosto, além dos novos serviços, maior foco também em clientes institucionais.
Na mesma onda, a Magalu, em parceria com o Mercado Bitcoin, entrou no mercado de criptoativos e viabilizou transações com criptomoedas em seu aplicativo de pagamentos, o Magalupay.