Apesar dos alertas, Lula derrubou o teto de gastos do seu governo, em parceria com o Congresso Nacional, assim que venceu a eleição. “O petista e o seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, implementaram um arcabouço fiscal que previa aumento real da despesa, independentemente do desempenho da economia”. A análise é do jornal Gazeta do Povo, em editorial de opinião publicado nesta quinta-feira, 13.
“A bomba está armada, e não há quem consiga convencer Lula e o PT a desarmá-la”, diz a publicação.
Para a Gazeta, o arcabouço foi potencializado por outra política do governo Lula, que retomou a política de valorização real do salário mínimo. A medida injeta mais dinheiro na economia e estimula o consumo. “É a única forma que o petismo conhece para induzir crescimento”, critica o texto.
O problema, a partir daí, é que o governo acaba pressionando os gastos governamentais da Previdência, do seguro-desemprego e do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
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“Não há, por parte do governo, uma preocupação mínima em adotar medidas que reduzam as despesas”, afirmava nota conjunta de várias confederações do setor produtivo. Elas se queixam de mais uma medida provisória do governo que pretendia elevar a arrecadação.
“Faltou afirmar que os raros integrantes do governo que ousam sugerir algum ajuste fiscal, por mínimo que seja, acabam imediatamente torpedeados por ministros e líderes petistas que agem como porta-vozes informais do próprio Lula”, observa a Gazeta.
Tebet tentou frear gastança
O jornal menciona, neste caso, a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Suas sugestões de frear a gastança foram logo barradas pelos ministros da Previdência, Carlos Lupi, e do Trabalho, Luiz Marinho, além da presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
A solução para “desarmar a bomba orçamentária”, de acordo com a avaliação do veículo de comunicação, seria, de início, uma reformas administrativa. A publicação lembra ainda do plano de “desindexar, desvincular e desobrigar”, do ex-ministro Paulo Guedes, que poderia instalar a ordem nas despesas da União.
“Mas, qualquer esperança de ajustes pode ser enterrada, para prejuízo de todo o país”, lamenta o jornal.