Os produtores de uva da África do Sul sentem o gosto amargo das medidas de restrição impostas no país desde o início da pandemia de covid-19. Em março do ano passado, o governo local fechou os portos e estabeleceu uma lei seca, que dura até hoje.
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Com as vendas de bebidas alcoólicas suspensas, a Wines of South Africa, que promove os vinhos sul-africanos no exterior, contabiliza prejuízos na ordem de 400 milhões de rands (cerca de R$ 142 milhões) nas vendas para cada semana de lei seca, e 3,7 bilhões de rands (cerca de R$ 1,31 bilhão) pelo turismo de vinhos. Segundo estimativas da associação, se a medida não for revogada, 80 vinícolas do país podem encerrar as atividades e 20 mil postos de trabalho deixarão de existir nos próximos 18 meses.
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O drama dos produtores sul-africanos é agravado por problemas logísticos. Mesmo depois de o governo local ter reaberto os portos, a falta de contêineres dificulta o envio dos vinhos ao exterior; como efeito, há redução nas compras por parte de outros países. O mercado brasileiro, por exemplo, comprou 64,7 mil caixas no ano passado, volume 47% menor em comparação com o total importado em 2019 (122,6 mil caixas).