Mais um comboio levando ajuda humanitária entrou no território da Faixa de Gaza. Na manhã deste domingo, 22, 17 veículos cruzaram a Passagem de Rafah carregados de água, alimentos e medicamentos.
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Esse é o segundo comboio a entrar na Faixa de Gaza pelo segundo dia consecutivo. No sábado 21, 20 caminhões entraram no território via Passagem de Rafah, que fica na fronteira de Gaza com o Egito e é o único acesso terrestre da área palestina sem estar sob o controle do governo israelense.
Mesmo sob administração egípcia, a Passagem de Rafah estava bloqueada desde 7 de outubro. O dia marcou a deflagração da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Na ocasião, extremistas invadiram o sul israelense, sequestraram centenas de civis e assassinaram pessoas que curtiam um festival musical. Entre os mortos do ataque estavam três brasileiros: Ranani Glazer, Bruna Valeanu e Karla Stelzer Mendes.
O comboio de sábado foi o primeiro a entrar em Gaza desde o início do confronto entre israelenses e terroristas. O acesso, contudo, não está totalmente liberado. Pelo contrário, aliás. Depois da passagem dos caminhões neste fim de semana, a fronteira voltou a ser 100% fechada pelas autoridades do Egito.
Assim como no sábado, os caminhões deste domingo foram proibidos de levar combustíveis para o território controlado pelo Hamas. O temor do Israel — e até mesmo de autoridades egípcias — é de que esses produtos sirvam de munição para os terroristas organizarem novos ataques.
OMS quer mais caminhões com ajuda humanitária na Faixa de Gaza
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, comemorou o início da entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Ele, no entanto, afirmou que esse tipo de prestação de serviço precisa ser amplificado no decorrer dos próximos dias.
“Um vislumbre de esperança entrou hoje em Gaza com fornecimentos de ajuda muito limitados”, afirmou o representante da OMS, por meio de postagem feita no sábado no Twitter/X.
Ainda pela rede social, Adhanom afirmou que equipes de diferentes divisões da Organização das Nações Unidas — como é o caso da própria OMS — estão no Egito para levar suprimentos à população de Gaza. De acordo com ele, no momento, é necessário realizar ao menos as seguintes seis ações:
- cessar-fogo humanitário;
- acesso humanitário imediato e irrestrito em toda Gaza;
- acesso seguro e sustentado a água, alimentos, saúde e combustível;
- proteção de todos os civis e infraestruturas civis em Gaza;
- proteção dos trabalhadores humanitários em Gaza;
- o máximo respeito pelo direito internacional humanitário por todas as partes.
Adhanom não classificou, contudo, o Hamas como grupo terrorista e nem como responsável pela deflagração da guerra em curso no Oriente Médio.
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