O Banco Central da Argentina (BCRA) manteve em 97% a taxa anual de juros de referência da economia. O anúncio foi feito na quinta-feira 15, um dia depois de o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) divulgar uma leve desaceleração mensal dos preços no país em maio.
A taxa anual de inflação na Argentina está em 114,2%. A título de comparação, no Brasil, a inflação anual está em 3,94%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em maio, a inflação argentina foi de 7,8%, uma leve desaceleração ante abril, de 8,4%.
“Em maio, a inflação mensal registrou desaceleração em relação ao mês anterior, alinhada com as projeções da autoridade monetária. Os diversos indicadores de alta frequência de preços no atacado e no varejo monitorados pelo BCRA sugerem uma nova desaceleração no ritmo de crescimento dos preços até o momento em junho”, informou o Banco Central da Argentina.
“O BCRA continuará monitorando a evolução do nível geral de preços, a dinâmica do mercado de câmbio e os agregados monetários para calibrar sua política de taxas de juros e gestão de liquidez”, acrescentou a autoridade monetária.
O BCRA vem aumentando a taxa de juros há meses. Em março, passou de 75% para 78%; em abril, para 81%; em maio, chegou a 97%, depois de ajustes sucessivos.
Apesar da desaceleração de preços observada em maio, analistas de mercado não projetam mudança na escalada da inflação. A consultoria LCG, por exemplo, estimou que a Argentina deve fechar 2023 com uma inflação em torno de 135%.
Desaceleração é só “ainda estamos caindo, mas pelo menos um pouco mais devagar do que antes”