A Câmara dos Deputados do Chile aprovou nesta terça-feira, 9, a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Sebastián Piñera. O líder de centro-direita é acusado de conflito de interesse e de usar o cargo para fins pessoais.
O caso veio à tona a partir do vazamento de documentos de diversas autoridades por um grupo chamado Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (CIJI). A mineradora teria sido negociada por uma empresa ligada à família de Piñera.
De acordo com os documentos divulgados nos “Pandora Papers”, a mineradora Dominga foi vendida ao empresário Carlos Alberto Délano por US$ 152 milhões, em um negócio realizado nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal. O empresário é um amigo próximo de Piñera. A negociação aconteceu em 2010, durante o primeiro mandato de Piñera como presidente do Chile.
Na votação desta terça, 78 deputados foram favoráveis à abertura do processo de impeachment, enquanto 67 votaram contra. Houve três abstenções. O número mínimo necessário para que o processo fosse instaurado era justamente 78 votos (maioria simples).
Agora o processo será analisado pelo Senado, no qual são necessários dois terços dos votos (29 de 43). Caso o Congresso chileno aprove o afastamento do presidente, Piñera será retirado do cargo e não poderá disputar eleições por cinco anos. Embora a Câmara seja de maioria oposicionista, o governo é majoritário no Senado.
O mandato do atual presidente do Chile termina em março de 2022. O primeiro turno da eleição está marcado para o dia 21 de novembro.