A Coreia do Norte disparou nesta quinta-feira, 30, cerca de dez mísseis balísticos de curto alcance nas águas na direção do leste da península, próximo ao território do Sul. De acordo com comunicado do Exército da Coreia do Sul, os projéteis foram disparados da área de Sunan, perto da capital Pyongyang, às 6h14 de quinta-feira (18h14 de quarta-feira no Brasil).
Eles voaram cerca de 350 km antes de cair no mar. O Japão confirmou o lançamento de pelo menos um míssil — ação que foi condenada “firmemente” pelo primeiro-ministro do país, Fumio Kishida.
Segundo Kishida, o projétil aparentemente caiu fora da zona econômica exclusiva japonesa. Os Estados Unidos pediram que a Coreia do Norte interrompa “atos ilegais e desestabilizadores”. Os lançamentos foram os mais recentes de uma série de testes militares com armas de curto alcance realizados pela Coreia do Norte neste ano.
Ao falar sobre o teste desta quinta-feira, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que os mísseis disparados pareciam ser do mesmo tipo, em uma provável exibição para potenciais compradores, incluindo a Rússia.
Autoridades ucranianas afirmam, com base na análise de destroços da guerra, que Moscou disparou até 50 mísseis fabricados na Coreia do Norte contra alvos no país europeu, embora até metade tenha perdido suas trajetórias e explodido no ar.
Monitores de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU), autoridades de inteligência dos EUA e especialistas independentes também afirmam que mísseis norte-coreanos foram usados na Ucrânia, mas Moscou e Pyongyang negam realizar quaisquer negociações de armas, o que violaria o embargo de armas à Coreia do Norte.
Falha em lançamento de satélite
Na última segunda-feira, 27, a Coreia do Norte tentou colocar um satélite espião em órbita, mas falhou quando o motor do foguete recém-desenvolvido explodiu em voo. Após a falha, o líder Kim Jong-un prometeu nunca desistir de projetos de reconhecimento espacial. A tecnologia tem sido uma prioridade da ditadura. Washington condenou a tentativa de lançamento do satélite por meio de tecnologia balística.
O porta-voz da missão dos EUA nas Nações Unidas afirmou que o teste “viola diretamente múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU”. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também condenou a ação e foi criticado por um funcionário do ministério das Relações Exteriores norte-coreano.
Coreia do Norte envia balões com fezes e lixo para o Sul
O lançamento de mísseis ocorre dois dias depois de Pyongyang enviar fezes de animais, panfletos políticos e lixo ao território sul-coreano por meio de mais de 260 balões.
Os balões viajaram pela fronteira e caíram em diversos pontos do país. A provocação foi uma resposta a ativistas do país vizinho, que costumam enviar à Coreia do Norte balões carregados de panfletos anti-Pyongyang, minirrádios, alimentos e pen drives com vídeos de k-pop.
As ações são frequentemente lideradas por desertores do regime. Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano, emitiu uma declaração na agência de notícias estatal KCNA na qual afirma que os balões foram “presentes de sinceridade” para os sul-coreanos, que “clamam pela liberdade de expressão”.
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