Uma equipe de astrônomos descobriu uma das estrelas mais raras da Via Láctea, localizada a mais de 770 anos-luz da Terra. Batizada de J1912-4410, o astro tem apenas outro exemplar do tipo registrado, o AR Scorpii, descoberto em 2016. O estudo foi publicado nas revistas Nature Astronomy e Astronomy & Astrophysics, em 15 de junho.
De acordo com os pesquisadores, a estrela pesa 15 toneladas e gira 300 vezes mais rápido que a Terra. Ela emite sinais de raios-x e ondas de rádio na direção da Terra a cada cinco minutos. Em virtude de sua baixa temperatura, parece estar em uma etapa avançada de seu processo evolutivo.
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O que são as anãs pulsares, espécie da estrela rara
Os pulsares são estrela de nêutrons, uma vez que são os “restos” de astros maiores que ficaram sem combustível de hidrogênio para fundir em seus núcleos. Eles ejeta seu material externo e o núcleo colapsa sob a gravidade, por não conseguir ser mais suportado pela pressão externa da fusão.
A descoberta confirma que essas estrelas existem em uma classe própria e mostra uma nova ferramenta para interpretar sua evolução, além dos sinais “estranhos” detectados em toda a Via Láctea. O achado também mostra que o campo magnético de uma anã branca é gerado por um dínamo interno, assim como o núcleo líquido da Terra gera o seu próprio, mas bem mais poderoso.
“A origem dos campos magnéticos é uma grande questão em aberto em muitos campos da astronomia, e isso é particularmente verdadeiro para estrelas anãs brancas”, explica a astrofísica Ingrid Pelisoli, da Universidade de Warwick.
“Os campos magnéticos nas anãs brancas podem ser mais de um milhão de vezes mais fortes do que o campo magnético do Sol, e o modelo do dínamo ajuda a explicar o porquê”, acrescenta a astrofísica, coautora do trabalho. “A descoberta de J1912-4410 forneceu um passo crítico neste campo.”
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