Esqueletos de soldados que morreram na Batalha de Waterloo, ocorrido na Bélgica, em 18 de junho de 1815, foram encontrados por um grupo de arqueólogos e voluntários na quarta-feira 13. O célebre combate marcou a derrota do reinado do imperador francês Napoleão Bonaparte.
De acordo com os pesquisadores, a descoberta “incrivelmente rara” ocorreu durante escavações no vilarejo de Mont-Saint-Jean, a cerca de 20 quilômetros da capital, Bruxelas. O espaço serviu como um dos campos de batalha para o combate entre Napoleão Bonaparte e as forças coligadas de Inglaterra, Rússia, Prússia e Áustria.
A equipe relatou ter encontrado restos de três membros amputados no local onde o principal hospital de campanha das tropas britânicas estava localizado durante o conflito. Além disso, um esqueleto foi desenterrado, entre caixas de munição, lixo hospitalar e ossos de pernas e braços de combatentes.
“Não vamos chegar mais perto da dura realidade de Waterloo do que isso”, afirmou Tony Pollard, professor da Universidade de Glasgow, na Escócia, que participou das escavações. “Sou arqueólogo de campo de batalha há 20 anos e nunca vi nada parecido.”
Estima-se que mais de 20 mil soldados perderam a vida no conflito. Segundo Eva Collignon, arqueóloga da Bélgica, os ossos descobertos provavelmente foram “jogados à pressa” em uma vala perto do hospital de campanha, porque o número de vítimas era muito alto.
“Soldados mortos, membros amputados e outros restos mortais tinham de ser varridos para valas próximas e rapidamente enterrados, em uma tentativa desesperada de conter a propagação de doenças ao redor do hospital”, completou Véronique Moulaert, funcionária da Agência de Patrimônio da região, em declaração à imprensa.
Soldados podem ter virado fertilizante
Uma equipe de pesquisadores do Centro de Arqueologia de Campos de Batalha da Universidade de Glasgow, na Escócia, apresentou uma nova hipótese que explicaria o destino dos demais soldados mortos na Batalha de Waterloo.
De acordo com o estudo, publicado na revista científica Journal of Conflict Archaeology, os ossos das vítimas da última batalha, dentre as quais soldados e civis, foram vendidos para a fabricação de fertilizantes.
“Os campos de batalha europeus podem ter fornecido uma fonte conveniente de ossos, que poderiam ser moídos em farinha, uma forma eficaz de fertilizante”, afirma o professor Tony Pollard, que liderou a pesquisa. “Um dos principais mercados para esta matéria-prima se localizava entre os britânicos, que, ao lado dos prussianos, venceram a batalha contra os franceses.”
Me parece estranha essa aparente preocupação com a proliferação de doenças em volta dos locais onde os feridos eram medicados porque esse assunto somente foi tratado ou levado em conta por volta de 1854, na guerra da Crimeia quando a enfermeira inglesa Florence Nightingale investigou as causas das mortes de soldados.
Não é a primeira vez que vejo erros históricos nesta revista, A bem da verdade, não é exclusividade da OESTE. A ignorância, antes intolerável nas redações, hoje campeia em toda mídia.