Pesquisadores descobriram uma espécie única de jacaré, relacionada ao Alligator chinês (Alligator sinensis), o único representante vivo do grupo de Alligatoridae fora das Américas. De acordo com os cientistas, o animal viveu há cerca de 230 mil anos na Tailândia.
O crânio do réptil está quase completo, mas faltam alguns elementos do lado direito. Os pesquisadores encontraram os ossos em Ban Si Liam, na província tailandesa de Nakhon Ratchasima. O estudo foi publicado na revista Scientific Reports, em 13 de julho.
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Os cientistas observaram que a nova espécie tem bastante semelhança com os jacarés chineses modernos. Esses animais provavelmente tinham um ancestral comum, mas mudanças geológicas no planalto tibetano há mais de 23 milhões de anos fizeram com que as espécies divergissem.
Como os cientistas descobriram a espécie única de jacaré
O paleontólogo Gustavo Darlim, da Universidade de Tubinga, e sua equipe investigaram as relações evolutivas entre o Alligator munensis com outras espécies. Eles compararam o fóssil com 19 espécimes de outros tipos de jacaré extintos, bem como o Alligator mississippiensis, o jacaré chinês e o jacaré-especial (Caiman crocodilus).
Assim, os especialistas descobriram várias características do crânio exclusivas do Alligator munensis, como um focinho largo e curto, um crânio alto, um número reduzido de cavidades dentárias e narinas posicionadas longe da ponta do focinho.
Os cientistas também perceberam cavidades dentárias mais profundas no Alligator munensis. É provável que este predador tinha dentes poderosos e maciços, capazes de esmagar conchas, assim, poderia se alimentar de presas com conchas sólidas.