Um estudo feito por médicos da cidade de Boston, nos Estados Unidos, identificou que, entre os anos de 2012 e 2021, os casos de overdose de melatonina cresceram 530% no país.
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A descoberta foi reforçada por outro estudo, realizado em junho, que identificou que o número de crianças levadas ao pronto-socorro por causa da substância cresceu 420% em uma década.
“O aumento provavelmente deriva do crescente uso de melatonina”, afirmou o médico Michael Toce, pediatra do pronto-socorro do Hospital Infantil de Boston. “As vendas do suplemento cresceram nos últimos anos, assim como o uso pediátrico.”
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Para estimar a prevalência do uso de melatonina entre os mais jovens, os cientistas entrevistaram quase mil pais norte-americanos no primeiro semestre. De acordo com o estudo, 18,5% das crianças entre 5 e 9 anos receberam melatonina em um intervalo de 30 dias.
Para as idades de 10 a 13 anos, o número subiu para 19,4%. Por fim, cerca de 6% das crianças com idade entre 1 e 4 anos tomaram suplementos de melatonina nos últimos meses.
Cientistas ainda não definiram os riscos da melatonina no corpo
A melatonina, no entanto, não passou por testes clínicos rigorosos. Por este motivo, não há uma compreensão exata do impacto do suplemento nos corpos.
Também houve problemas para definir as dosagens. De acordo com os médicos, as doses que as embalagens informam não estão corretas.
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“Foram feitos estudos que mediam a dosagem de melatonina”, afirmou David Ray, professor de endocrinologia e codiretor de sono e neurociência na Universidade de Oxford. “Em nenhum dos casos a dosagem real equivalia ao que era dito na embalagem.”
Estudos feitos em ratos e camundongos revelaram que a melatonina tem um efeito tóxico em doses extremamente altas (mais de 400 mg por quilo). Mesmo assim, os médicos ainda desconhecem os efeitos da substância fora do cérebro, mesmo sabendo que há outros receptores da melatonina pelo corpo, como no sistema reprodutivo, cardiovascular e imunológico.
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“Todas as medicações têm efeitos colateriais”, afirma Sanford Auerbach, professor e diretor do Centro de Distúrbios do Sono do Centro Médico de Boston. “No entanto, acho que o que mais preocupa é o desconhecido. Se você dá a melatonina a uma criança em desenvolvimento, qual impacto isso vai ter daqui a dez anos? Não sabemos.”
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