O governo dos Estados Unidos usará “todas as ferramentas” à sua disposição para pôr um fim às práticas comerciais “desleais” da China, destacou o Escritório do Representante Comercial (USTR) em suas diretrizes para 2021, publicadas nesta segunda-feira, 1º de março, juntamente com seu relatório anual. Washington “reconhece que as práticas comerciais coercitivas e desleais da China prejudicam os trabalhadores norte-americanos, ameaçam nosso avanço tecnológico […] e socavam nossos interesses nacionais”, destaca a nova equipe democrata. Ela compartilha o diagnóstico com o governo de Donald Trump, que desatou a guerra comercial alfandegária com a China. “Superar o desafio da China exigirá uma estratégia global e uma abordagem mais sistemática do que os mecanismos desordenados do passado recente”, acrescentou.
Na semana passada, a nova representante comercial, Katherine Tai, afirmou durante sua audiência de nomeação no Senado que faria um “exame completo” da política comercial norte-americana com relação à China. Entre as práticas consideradas “prejudiciais” pelos norte-americanos, o USTR cita as barreiras alfandegárias e não alfandegárias que restringem o acesso ao mercado chinês, as políticas industriais que recorrem a subsídios considerados injustos e os subsídios à exportação. “Também incluem as transferências forçadas de tecnologia, as aquisições ilícitas e a violação da propriedade intelectual norte-americana, a censura e outras restrições na internet e na economia digital.”
Será “prioridade absoluta” lutar contra as violações dos direitos humanos, acrescentou, citando o programa de trabalho forçado imposto a minorias étnicas e religiosas. “Os norte-americanos e os consumidores de todo o mundo não querem produtos fabricados com trabalho forçado”, destacou o USTR, citando “um regime de repressão sistemática orquestrado pelo Estado”, que põe em desvantagem alguns trabalhadores. O novo governo dos Estados Unidos promete fazer os investimentos necessários para ajudar os trabalhadores, sustentar a inovação e melhorar a competitividade da produção local.
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Com informações da AFP