Milhões de pessoas se reuniram nesta quinta-feira, 1º, às margens do rio Ganges, para mais um dia de celebração do Kumbh Mela, considerada a maior festa religiosa do mundo. Trata-se do evento mais aguardado do hinduísmo e, tradicionalmente, ocorre quatro vezes a cada 12 anos na Índia. O festival, que começou há algumas semanas, tem duração aproximada de um mês.
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Segundo os organizadores do evento, mais de 150 milhões de pessoas devem comparecer à festa. A Índia enfrenta neste momento uma segunda onda da pandemia de covid-19: apenas nas últimas 24 horas, foram registrados 72.182 casos confirmados da doença, o número mais alto desde outubro do ano passado, além de 458 mortes. Mais de 162 mil pessoas já morreram no país por causa do novo coronavírus.
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Em meio ao agravamento da pandemia, especialistas ligados à área da saúde do país já manifestaram preocupação com a enorme aglomeração de devotos. “Obviamente, [o festival] é um motivo de grande preocupação para todos nós”, afirmou Srinath Reddy, presidente da Fundação de Saúde Pública da Índia, relata o Financial Times. “Qualquer reunião de pessoas dessa magnitude tem o potencial de causar uma superdisseminação do vírus.”
O governo nacionalista do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, por sua vez, tenta minimizar o impacto do Kumbh Mela sobre a crise sanitária vivida pelo país. Tirath Singh Rawat, que integra o governo e é do mesmo partido de Modi, afirmou que “a fé é mais forte do que o medo” e defendeu que “os sentimentos religiosos devem ter prioridade” em relação às preocupações com a saúde.
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A estimativa é a de que, apenas no dia 11 de março, cerca de 3,5 milhões de devotos tenham se banhado nas águas do Ganges para celebrar o festival religioso. Segundo a crença de determinados grupos de hindus, submergir no rio em alguns dias considerados sagrados purifica a alma e absolve os pecados.
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O governo da Índia chegou a anunciar que os peregrinos teriam de apresentar resultados negativos de testes para a covid-19, mas a quantidade de pessoas que se reuniu nos primeiros dias do Kumbh Mela tornou praticamente impossível o monitoramento total da multidão. “Se as pessoas podem trabalhar de casa, podem também orar em casa. Não há razão para acreditar que isso tem de se transformar em um evento público ao ar livre”, criticou Reddy.
*Com informações do Financial Times e de agências internacionais