Cerca de 50 policiais foram mortos nos protestos que tomaram conta do Irã desde setembro, segundo informou nesta quinta-feira, 24, o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Bagheri Kani. Foi a primeira vez que o governo divulgou o número oficial de policiais mortos.
“Cerca de 50 policiais foram mortos durante os protestos e centenas ficaram feridos”, disse Kani, que também é o principal negociador nuclear do Irã, em entrevista à televisão indiana.
O número de manifestantes mortos, no entanto, não foi informado. A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que mais de 300 pessoas foram mortas.
Os protestos começaram em depois que a jovem Mahsa Amini, de 22 anos, morreu na prisão, em 16 de setembro. Ela tinha sido detida por usar o véu islâmico de maneira inadequada. Autoridades dizem que ela passou mal na prisão. A família, no entanto, diz que foi assassinada.
Nos últimos dias, a intensidade dos protestos aumentou e também os confrontos entre manifestantes e policiais. As forças de segurança intensificaram a repressão em áreas curdas.
O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, disse nesta quinta-feira que o Irã enfrenta uma “crise de direitos humanos”, com 14 mil pessoas presas até agora, incluindo crianças. A ONU estuda a criação de uma missão para apuração de fatos.