A ex-presidente da Bolívia Jeanine Ánez, que está presa desde março, teve negado pela Justiça um pedido de liberdade apresentado por seus advogados. Ela é acusada de sedição, terrorismo e conspiração. As autoridades do país acusam a ex-chefe do governo boliviano de ter promovido um golpe de Estado para afastar do poder o líder cocaleiro Evo Morales, que renunciou ao cargo em novembro de 2019. Áñez foi alvo de um mandado judicial que determinava sua prisão preventiva, que vem sendo prorrogada indefinidamente. Como Oeste mostrou em reportagem especial publicada no dia 18 de maio, a Bolívia vive um momento de tensão política.
O juiz Armando Zeballos rechaçou os argumentos da defesa de Áñez e entendeu que há indícios da prática de crimes por parte da ex-presidente. A ex-líder boliviana, que sofre de hipertensão e tem problemas cardíacos, alegou que precisava sair da cadeia para atenuar os riscos à própria vida. O magistrado, no entanto, afirmou que essa situação é comum a todos aqueles que “enfrentam processos e encarceramento” e que Áñez não poderia ter privilégios em relação a outros detentos nessas condições.
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Segundo os advogados da ex-presidente da Bolívia, foram apresentadas 50 provas materiais que indicariam que Áñez é alvo de perseguição política pelo atual governo, comandado pelo presidente esquerdista Luis Arce, pupilo de Morales. De acordo com a defesa, o Ministério Público sequer apresentou, quase quatro meses após a prisão de Áñez, qualquer prova que a incrimine.
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“Na Bolívia, o sistema judicial submetido ao MAS [Movimento ao Socialismo, partido de Arce e Morales] decidiu sequestrar a ex-presidente, acusando-a de terrorismo, sedição e golpe de Estado”, diz uma mensagem publicada nas redes sociais da ex-presidente. “Seus direitos civis e humanos estão sendo violados por ela ser mantida detida por um caso que sequer foi bem explicado e que o próprio Evo está destruindo em cada declaração que faz.”
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Não houve golpe
De fato, o pedido de prisão de Áñez se sustenta por uma acusação de golpe que já foi refutada até mesmo pela Organização dos Estados Americanos (OEA). Em 2019, a entidade apontou indícios consistentes de fraude nas eleições que deram o quarto mandato a Morales. Segundo o relatório independente, houve uma série de irregularidades “muito graves” durante o processo de votação, o que tornou a permanência de Evo insustentável.
Sem apoio das Forças Armadas e questionado pela oposição, o líder socialista renunciou ao cargo — assim como o vice, Álvaro García Linera, e os presidentes da Câmara, Adriana Salvatierra, e do Senado, Víctor Borda. Então vice-presidente do Senado, Áñez assumiu a Presidência, cumprindo o que determina a Constituição boliviana.
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Não é mera coincidência a prisão dos apoiadores bolsonaristas executadas pelo advogado/delegado de polícia, Alexandre de Moraes. É o socialismo bandido na Bolívia, tal como aqui.
Os cocaleiros bolivarianos vão destruir o país.
A Bolívia caminha para a venezuelização. Lá como aqui, o judiciário persegue não esquerdista.