O presidente interino do Haiti, Edgard Leblanc Fils, viralizou nas redes sociais depois de uma cena inusitada durante seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Enquanto pedia por ajuda internacional para lidar com a crise humanitária e a violência no país, o líder tentou beber água direto de uma jarra, mas derramou o líquido em si mesmo.
+ Leia mais notícias de Mundo em Oeste
Durante sua fala, Leblanc Fils propunha “solidariedade global” ao esforço liderado pelos Estados Unidos para o envio de uma missão de paz da ONU ao Haiti.
O objetivo é enfrentar problemas graves, como a violência de gangues, que tem forçado muitos haitianos a deixarem o país.
Quando foi tomar água, em vez de despejar a água em um copo, o presidente pegou a jarra inteira e tentou beber diretamente dela. O resultado foi desastroso: a água escorreu por suas mãos e roupas e ele rapidamente colocou a jarra de volta no lugar.
Nas redes, o incidente gerou uma avalanche de memes. “Eles não têm copos no Haiti?”, provocou um usuário. “Nunca imaginei ver alguém tentando beber de uma jarra de água… Até agora”, escreveu um terceiro internauta.
Alguns usuários ainda brincaram e pediram que alguém “entregasse uma toalha ao presidente”, em virtude do constrangimento do momento.
Apesar das críticas e piadas, houve também quem defendesse o líder haitiano. “Foi um momento desconfortável, mas qual é o problema se a jarra era só para ele?”, perguntou um usuário. Outro acrescentou: “Deixem as piadas de lado, ele não merece isso”.
Haiti passa por problemas estruturais
O presidente haitiano aproveitou o palco da ONU para abordar questões sérias que afetam o Haiti. Durante o discurso, Edgard Leblanc Fils falou sobre a crise humanitária e os desafios enfrentados pelo país, que sofre com a violência crescente e a migração em massa.
Ele também respondeu às polêmicas declarações feitas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou que imigrantes haitianos comeriam animais de estimação nos Estados Unidos.
As declarações de Trump, feitas em um debate presidencial em setembro, foram amplamente criticadas e causaram preocupação entre a comunidade haitiana.
Fils agradeceu aos países que mostraram solidariedade com os migrantes haitianos e reforçou a necessidade de ações concretas para proteger os direitos dos imigrantes.
Leia mais:
Haiti: casal de missionários é morto por gangue 
Além disso, Leblanc Fils exigiu reparações históricas e reconhecimento das injustiças que, segundo ele, têm impedido o desenvolvimento do Haiti desde sua independência.
Em sua fala, o presidente interino destacou a luta do Haiti, que sofre com as consequências de um passado de exploração e desigualdade. “Exigimos o reconhecimento da dívida moral e histórica e a implementação da justiça”, declarou.
Ele também reconheceu os problemas que envolvem as missões de paz anteriores da ONU, como as acusações de abuso sexual e a disseminação do cólera depois do terremoto de 2010, mas insistiu que uma nova intervenção internacional é crucial para ajudar o Haiti a superar a crise atual.
Leia também: “O Estado e a liberdade”, artigo de Alexandre Garcia publicado na Edição 236 da Revista Oeste
