Aproximadamente 1.800 brasileiros obtiveram ajuda financeira a fim de deixar Portugal desde que a comunidade residente de maneira regular em terras lusitanas voltou a crescer, em 2017.
De acordo com o jornal O Globo, a informação é de Vasco Malta, coordenador do programa de retorno voluntário Árvore, que está integrado à Organização Internacional para as Migrações (OIM), da ONU (Organização das Nações Unidas).
Até 2023, esse montante de 1.800 brasileiros conseguiu auxílio do programa. O Árvore compra passagem, paga ajuda de custo na viagem e, em alguns casos, chega a ajudar com o recomeço profissional no Brasil.
Brasileiros em Portugal têm ajuda para voltar ao país de origem
Esse foi o caso de Marta Alves dos Santos Costa, brasileira de 53 anos de idade. De acordo com O Globo, ela, o marido e dois filhos permaneceram seis anos em Portugal. Apesar de a família de brasileiros “ter se dado muito bem” na Europa, Marta relata ao programa que foram tempos difíceis — que incluíram uma depressão.
“Estava com um início de depressão: quanto mais o tempo passava, mais difícil para mim era ficar em Portugal. Foi quando conseguimos o acolhimento do projeto. Aqui no Brasil, conseguimos montar um negócio e comprar um carro para trabalhar”.
Marta Alves dos Santos Costa.
O número de brasileiros que deixa Portugal a fim de voltar à terra de origem poderia ser bem maior. Isso porque 4.345 brasileiros candidataram-se ao programa, que apresenta critérios rigorosos para a oferta de auxilio. Aproximadamente 41% deles conseguiram apoio.
Ao considerar todos os estrangeiros beneficiados, 5.045 solicitaram ajuda desde 2017 e 2.016 deles obtiveram apoio do programa. Os 1.800 brasileiros representam 89% dos que voltaram.
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Nos últimos dois anos, a quantidade de pedidos cresceu significativamente. Isso por causa da crise de moradia, que colocou diversas cidades portuguesas no rol dos aluguéis mais caros da Europa. Os motivos do regresso ao Brasil, ainda de acordo com Malta, são o “desemprego e dificuldades no acesso ao mercado de trabalho e à regularização”.
Outro fator que contribui para a volta ao Brasil, frequentemente de maneira precoce, é a desinformação sobre a realidade de Portugal e o planejamento migratório insuficiente ou, por vezes, simplesmente inexistente.