Um navio de guerra da Marinha dos Estados Unidos disparou um sinal de alerta para repelir uma lancha da Guarda Revolucionária Iraniana. O encontro das embarcações ocorreu na segunda-feira 20, no estratégico Estreito de Ormuz, no Golfo Pérsico.
O navio de patrulha da classe Cyclone USS Sirocco e o transporte rápido expedicionário da classe Spearhead USNS Choctaw County encontraram três lanchas iranianas enquanto atravessavam o Estreito de Ormuz para entrar no Golfo Pérsico, informou a Marinha, nesta terça-feira, 21.
Em um vídeo divulgado pela 5ª Frota da Marinha do Bahrein, um guarda de alta velocidade Boghammar é visto virando de frente em direção ao Sirocco. O navio norte-americano buzina repetidamente, e o Boghammar se afasta à medida que o navio se aproxima. O disparo do sinalizador é ouvido, mas não visto, e quando o Boghammar passa pelo Sirocco é possível ver a bandeira iraniana.
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A Marinha disse que o Boghammar chegou a quase 50 metros do Sirocco, aumentando o risco de os navios colidirem no estreito.
As ações “não atenderam aos padrões internacionais de comportamento marítimo seguro ou profissional, aumentando o risco de erro de julgamento e colisão”, informou a Marinha, em nota.
A Marinha acrescentou que este foi o segundo incidente “inseguro e não profissional” que teve com o Irã nos últimos meses.
Em março, três navios da Guarda tiveram um encontro tenso por mais de duas horas com navios da Marinha e da Guarda Costeira dos EUA quando saíam do Golfo Pérsico pelo estreito, disse a Marinha.
Retomada do acordo com o Irã
O incidente ocorreu em um momento em que as potências mundiais tentam retomar o acordo de desnuclearização com o Irã, fechado em 2015, do qual os Estados Unidos se retiraram em 2018.
Na época, a negociação limitou drasticamente o enriquecimento de urânio em Teerã, em troca do levantamento das sanções econômicas. A retomada do acordo em Viena está paralisada desde março deste ano.
Nesta terça-feira, 21, a Agência Internacional de Energia Atômica informou que os inspetores verificaram que o Irã estava se preparando para enriquecer urânio em suas instalações subterrâneas de Fordo, Província de Qom, cerca de 90 quilômetros a sudoeste de Teerã.
Teerã nega estar construindo uma bomba atômica e diz que apenas trabalha em tecnologia nuclear para fins pacíficos, como geração de energia e medicina.