Abdulrazak Gurnah é o laureado com o prêmio Nobel de Literatura de 2021. O escritor nasceu em Zanzibar, na Tanzânia, em 1948, mas mora na Inglaterra desde os 12 anos de idade — país que o adotou como refugiado. Ele também atuava como professor de Inglês e Literaturas Pós-coloniais na Universidade de Kent, em Canterbury, mas se aposentou recentemente.
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De acordo com a Academia Sueca, responsável pela premiação, a concessão da honraria ocorre em razão da “penetração intransigente e compassiva [do autor] dos efeitos do colonialismo e do destino do refugiado no abismo entre culturas e continentes”. Segundo a instituição, sua obra “foge de descrições estereotipadas e abrem nossos olhares para uma África Oriental culturalmente diversificada, desconhecida para muitos em outras partes do mundo”.
Gurnah publicou 10 livros e diversos contos ao longo de sua carreira. O romance de estreia foi lançado em 1987 com o título Memory of Departure (“Memoria da Partida”, em tradução livre). O enredo conta a história de um jovem que vai para Nairobi, capital do Quênia, para tentar uma nova vida sob a proteção do tio, mas, em vez disso, é humilhado e precisa retornar para sua família problemática, com um pai alcoólatra e uma irmã que é obrigada a se prostituir.
Em sua publicação mais recente, Afterlives (“Vidas Posteriores”, em tradução livre), é de 2020. Ele fala sobre Hamza — um jovem que é forçado a ir para a guerra ao lado dos alemães e se torna dependente de um oficial que o explora sexualmente.