Os efeitos positivos do ômega-3 já foram testados e comprovados pela ciência. Mas agora é possível mensurar a dimensão que esse ácido graxo desempenha na expectativa de vida — para o bem e para o mal. É o que mostra um estudo, publicado no The American Journal of Clinical Nutrition, conduzido pelo Hospital del Mar Medical Research Institute (Imim), em Barcelona, e pelo Fatty Acid Research Institute (Fari), em Sioux Falls, cidade do Estado norte-americano da Dakota do Sul.
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Ao longo de 11 anos, os pesquisadores acompanharam 2.240 voluntários, que foram divididos em quatro grupos. De acordo com a análise, os participantes com altos níveis de ômega-3 no sangue (acima de 8%) que não fumavam tiveram a estimativa de sobrevivência 33% mais alta. Pessoas com altos níveis que fumavam e aqueles com baixos níveis que não fumavam eram quase idênticos em termos de estimativas de sobrevivência. Finalmente, as pessoas com baixos níveis (abaixo de 4%) que fumavam tiveram a estimativa de sobrevivência mais baixa. “Ser um fumante regular tira 4,7 anos de sua expectativa de vida, o mesmo que se ganha se tiver altos níveis de ômega-3 no sangue”, diz o autor do estudo, Aleix Sala-Vila, pesquisador de pós-doutorado no Grupo de Pesquisa em Risco Cardiovascular e Nutrição do Imim.
O resultado reforça a ideia de que pequenas mudanças na dieta podem ter um efeito muito mais poderoso do que imaginávamos. “Saber o índice ômega-3 de uma pessoa é tão importante quanto medir a taxa de colesterol ou a pressão arterial”, afirmou o coautor do estudo, doutor William S. Harris, presidente e fundador da Fari, em entrevista ao Medical News Today. “E ‘consertar’ o índice de ômega-3, tomando suplementos e aumentando o consumo de peixes oleosos — como salmão e sardinha —, é muito mais fácil, barato e seguro do que tratar todos os outros fatores de risco”, acrescenta Harris.