De acordo com Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, ao fazer isso, Israel vai violar as leis internacionais
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu que Israel abandone os planos de anexar assentamentos na Cisjordânia. Guterres alertou que isso ameaça as perspectivas de paz com os palestinos.
“Caso seja implementada, a anexação constitui uma séria violação da lei internacional, prejudicando a perspectiva de dois Estados e dificultando as possibilidades de negociações”, afirmou Guterres no Conselho de Segurança da ONU. “Eu peço que Israel abandone os planos de anexação”, concluiu.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, quer discutir a anexação destes territórios em uma reunião do gabinete marcada, salvo mudança, para o dia 1° de julho. A Cisjordânia foi ocupada pelos israelenses após a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
A Autoridade Nacional Palestina e grande parte dos países do mundo já colocaram-se contra essa proposta de anexação. Os palestinos também rejeitaram o plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em janeiro. De acordo com essa proposta, os EUA reconheceriam os assentamentos na Cisjordânia como parte do território israelense.
“Caso Israel decida estender a sua soberania, será respeitando os limites de regiões em que possuímos legitimidade histórica e legal”, afirmou o embaixador de Israel da ONU, Danny Danon, conforme informou a agência de notícias Reuters.
Resistência interna
A proposta de anexação desses territórios deve sofrer resistência dentro do próprio governo de Israel, como já informado pela Oeste.
Um dos principais nomes do gabinete, o ministro da Defesa, Benny Gantz, já disse ser contra a anexação desses territórios de forma unilateral pelo país.
“Antes de tomar qualquer medida, precisamos garantir que todos os especialistas sejam ouvidos. Em qualquer cenário, eu não vou apoiar a anexação de áreas com populações palestinas para evitar atritos”, afirmou Gantz.
Benny Gantz foi o principal adversário política de Benjamin Netanyahu nos últimos anos. Eles disputaram três eleições em dois anos, sem nenhum conseguir uma vitória clara. Isso, como consequência, causou uma crise política no país.
Em 2 de março, de forma surpreendente, ambos anunciaram que iam formar um governo de união nacional. Conforme esperado, as negociações foram longas e o novo governo só tomou posse no dia 17 de maio.