Os partidos de oposição encerraram três anos de boicote às eleições venezuelanas. Segundo o jornal Washington Post, esses partidos, que têm o candidato Juan Guaidó como maior símbolo, tomaram essa decisão reconhecendo que a estratégia do boicote não deu certo, e a ditadura de Nicolás Maduro ficou ainda mais forte.
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Com a decisão, a oposição deverá participar das eleições municipais e regionais de novembro, mesmo sabendo que elas poderão ser fraudadas, como as anteriores. O objetivo principal é lançar bases para futuras eleições presidenciais e legislativas. “Participar das eleições não significa legitimá-las”, declarou um dos líderes oposicionistas, Henry Ramos Allup. “Estamos esgotando todos os recursos para continuar a levar essa luta.” Nem todos os oposicionistas concordaram. Maria Corina Machado chamou o fim do boicote como “oxigênio” para Maduro.
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Segundo a reportagem do Washington Post, “em 2017, a empresa que vendeu à Venezuela seu sistema de votação avisou que uma eleição para a nova Assembleia Constituinte do país havia sido manipulada por pelo menos 1 milhão de votos. De forma mais ampla, o governo de Maduro perseguiu, deteve e limitou drasticamente o acesso à mídia dos candidatos da oposição”.